Existe um velho ditado que diz que a política cria parcerias estranhas, mas seria difícil imaginar uma união mais estranha do que a da Embaixada de Israel em Lisboa e o 'Finalmente', um icónico bar gay local.
Com a celebração de mais um Dia Internacional contra a Homofobia, Transfobia e Bifobia verificou-se uma grande acção orgânica por parte de inúmeros membros da comunidade queer e aliados perante o reconhecimento das opressões que sofrem como sendo pessoas queer no âmbito da sua identidade sexual e de género.
Ao longo de três meses a TVI presenteou o seu público, com mais um reality show. Prometeram que ia ser diferente e foi. Não na forma ou conteúdo, mas nas pessoas. Durante muito tempo, fomos engolidos por casais criados em contexto de jogo, todos eles hetero, que ou funcionam depois da saída ou terminam, assim como na vida no geral.
O dating world é por si só um mundo imprevisível para todos. Sais com uma pessoa e às vezes fazem-te ghosting, ou descobres que têm uma vida dupla mais complexa que um 007, ou por outro lado está tudo a correr bem, a conexão está lá, tudo é perfeito, mas eis que da boca dele/dela sai o teu pior pesadelo - ela/ele diz-te que é hétero.
Desde que tenho noção da minha existência, ousei sempre fugir a rótulos. Sempre escolhi os caminhos mais difíceis e quis sempre desafiar e contrariar os impossíveis da vida.
«Não é crime, mas é pecado», foram as palavras do Papa Francisco, há poucas semanas – um alerta para que se descriminalize a homossexualidade embora se continue a barrar o acesso ao casamento e a outros sacramentos.
Vivemos segundo um modelo social que privilegia as relações heterossexuais. Relações que estão assentem nos papéis binários de género, na monogamia e na procriação. A esse modelo chamamos modelo heteronormativo.
"Say their names", clamou há tempos o movimento anti-racista nos EUA, porque era preciso humanizar, identificar e reconhecer o sujeito negro alvo de todas as violências históricas e agora, vítima diária mortal às mãos do Estado naquele país.
Antes de me virar para as Ciências Empresariais, fui aluno de Biologia. Quase que fui para Medicina, até. Isso foi nos tempos da minha adolescência, quando não-tão-secretamente, eu tentava construir uma carreira como escritor e músico. Quando me referia a isso, dizia que estava no bom caminho para ser um óptimo escritor, pois a maioria dos nossos grandes escritores eram todos médicos, cientistas.
Os homens e rapazes também são vítimas de violência sexual — sobre isso não há dúvidas. Sabemos que um em cada seis homens é vítima de alguma forma de abuso sexual antes dos 18 anos. Também sabemos que o abuso não está relacionado com a orientação sexual das vítimas (ou de quem abusa). Ou seja, os homens vitimados podem ser heterossexuais, homossexuais, bissexuais ou pansexuais. No entanto, há especificidades para cada um destes grupos de homens e na Quebrar o Silêncio somos sensíveis às questões relacionadas com o abuso sexual de homens que têm sexo com homens (HSH).
Meses antes, as mulheres já compraram os presentes para a família. Na véspera, providenciam os mantimentos que irão temperar e confeccionar. Quando toda a família se senta à mesa de Natal já têm horas de trabalho. À mesa, deixam arrefecer a comida no prato, enquanto alimentam os filhos, irrequietos. Anseiam que o dia termine, pois é delas a tarefa da limpeza dos despojos da festa. Os homens, depois de terem comido e conversado descontraídos, tomam o seu digestivo e dirigem os temas de conversa.
Djamila Ribeiro, académica e feminista negra brasileira, publicou recentemente no jornal Folha de S.Paulo um controverso texto sobre o uso das expressões: “pessoa que menstruam”; “pessoas que engravidam” e “pessoas que têm mamas”, criando um ambiente de alerta para o apagamento da palavra/categoria “mulher” em prol do uso de expressões inclusivas para pessoas Trans, Não-Binárias e/ou Intersexo.
O Mundial da Vergonha já acabou. Já podem voltar para o vosso modo de ultraje performativo e de solidariedade oportunista habitual, com que compram o selo de cidadãos de bem com que se pavoneiam nas redes sociais.
Esta crónica começou a ser escrita ao som da música mais lamechas que consegui lembrar-me: a banda sonora do Titanic. Não por nenhum motivo específico mas apenas para descobrir se a sobreposição de pífaros, vozes sintetizadas e violinos a tocar o refrão do My Heart Will Go On ad-nauseam ajudaria com o writer’s block do qual já venho padecendo há algum tempo.
Expressão e papéis de género é um assunto bastante discutido actualmente, mas que, infelizmente, ainda causa muita confusão. Neste artigo vou tentar, brevemente, clarificar esse assunto e trazer algumas notas para posterior reflexão.