Xavier Dolan é um prodígio! Quando um rapaz de 25 anos (sim, 25 anos) se debate em pé de igualdade com nomes como Jean-Luc Godard, os irmãos Dardenne, David Cronenberg, Mike Leigh e Tommy Lee Jones pela conquista da Palma de Ouro e sai de Cannes com o Prémio Especial do Júri, só pode ser um prodígio.
La vie d'Adèle começa e termina com Adèle, uma rapariga de 15 anos, melancolicamente sozinha, eternamente curiosa, incansavelmente voraz. Abdellatif Kechiche criou um verdadeiro tratado sobre o amor, belo como o sol que trespassa as almas de Adèle e Emma, em estado bruto como o bosque onde elas se encontram para se beijarem e tocarem, em constante mudança como as folhas que dançam na indefinição do vento, no entrecruzar das mãos e olhares de duas almas unidas pelas imperfeições perfeitas e incertezas certas.
É a primeira vez de que há memória, e peço desculpa se estou a cometer alguma falácia, que um filme de temática LGBT vence a Palma de Ouro em Cannes. “La Vie d’Àdele” (2013, em tradução livre “A Vida de Adèle”, ou “Blue Is The Warmest Colour” no título internacional) de Abdellatif Kechiche conta a história de amor entre Adèle (Adèle Exarchopoulos) e Emma (Léa Seydoux).