Este Sábado à tarde, depois de percorrerem Lisboa entre o Príncipe Real e o Terreiro do Paço, os grupos e associações de defesa dos direitos das pessoas LGBT explicaram o que defendem na principal praça da capital. A Marcha do Orgulho LGBT saiu pela 16ª vez à rua e foi na rua que as palavras de ordem se fizeram ouvir e os discursos foram aplaudidos.
O ano de 2014 foi marcado por momentos pouco consensuais em Portugal e no mundo. Em Portugal, e à cabeça, está a rejeição da lei da co-adopção pelo Parlamento, depois de uma novela política que envolveu uma proposta de referendo por parte do PSD entretanto chumbado pelo Tribunal Constitucional. Por apenas 5 votos se adiou a protecção legal das crianças que aos olhos de todos já vivem com casais do mesmo sexo, excepto para a lei portuguesa. No resto do mundo há várias polémicas por onde escolher.
A questão foi lançada pelo dezanove num inquérito online onde participaram 779 pessoas: "O poliamor tem lugar na comunidade LGBT?" Por uma curta margem, a maioria dos votantes (43,9%) considera que sim, enquanto 41,3% acha que não faz sentido incluir a causa do poliamor no movimento LGBT. Quinze por cento dos participantes no inquérito não se pronunciaram.
O sexólogo Manuel Damas abordou no último dia 16 de Julho o tema do poliamor no programa Sexualidades, Afectos e Máscaras do canal de televisão de cabo MVM. O programa de televisão pode ser visto na íntegra aqui:
O Orgulho LGBT saiu pela sexta vez às ruas do Porto no último sábado. A organização da Marcha foi constituída por 13 grupos (Bloco de Esquerda, Caleidoscópio LGBT, Grupo de Intervenção Solidário; Grupo Identidade xy, Juventude Socialista, Panteras Rosa, Partido Humanista Poly Portugal, Ponto Bi, PortugalGay.pt, Rede Portuguesa de Jovens para a Igualdade de Oportunidades entre Mulheres e Homens, SOS Racismo e UMAR), aos quais se juntaram outras organizações. Vê o vídeo com alguns dos pontos altos da tarde.
Belmiro Pimentel voltou a ser o único participante da Marcha do Orgulho LGBT do Porto a dar a cara por uma organização profissional. O agente da PSP, responsável pelo Grupo Identidade XY, referiu ao dezanove que "há muito medo e receio" de mais agentes da autoridade darem a cara. No entanto, "tem havido uma mudança clara nas forças de segurança", considera, dando como exemplo o casamento entre duas agentes da GNR, que obteve repercussão nacional. Mesmo assim, prossegue Belmiro Pimentel, "é necessária mais formação nesta área".
“Eu estou abismado”, comentou ao dezanove António Paulo, 62 anos, quando se deparou com a chegada da Marcha do Orgulho LGBT do Porto à rua de Santa Catarina. Ao longo dos passeios da principal rua comercial do Porto, na rua de Sá da Bandeira e na zona do Bolhão, centenas de pessoas pararam para assistir este sábado tarde à passagem da Marcha. Houve até que integrasse o grupo de manifestantes para tirar fotografias ao lado dos promotores musculados do portal Manhunt ou das transexuais. A organização da Marcha tinha feito saber que esperava duas mil pessoas, no entanto, o número terá ficado, segundo um agente da PSP que acompanhou a marcha, nas “quinhentas pessoas”.