No seguimento da crónica anterior, esta semana decidi reflectir um pouco acerca de uma série e de um filme que estrearam no final do ano passado. A série está no Netflix e chama-se Smiley e o filme é o Bros que recebeu imensa publicidade por ser a primeira comédia romântica gay lançada por um estúdio mainstream.
Esta semana decidi reflectir e escrever um pouco acerca de estigmas e slut-shaming dentro da comunidade gay masculina. (Isto com a quase-certeza de que é algo que também acontece dentro das outras letras do nosso arco-íris, mas como só tenho conhecimento do se passa na letra G, não vou extrapolar, mas deixo o convite aos leitores que fazem parte das outras letras a dar o seu contributo).
Em jeito de sequela a uma das crónicas anteriores, e também porque este tópico têm surgido em conversa com várias pessoas, esta semana queria debruçar-me um bocadinho sobre o tema da erosão emocional acerca do qual comecei a falar anteriormente e também sobre os motivos pelos quais eu acho que é um conceito muito diferente de “cansaço emocional”.
Esta crónica começou a ser escrita ao som da música mais lamechas que consegui lembrar-me: a banda sonora do Titanic. Não por nenhum motivo específico mas apenas para descobrir se a sobreposição de pífaros, vozes sintetizadas e violinos a tocar o refrão do My Heart Will Go On ad-nauseam ajudaria com o writer’s block do qual já venho padecendo há algum tempo.
Como esta é a crónica número 19, achei que esta semana era a ocasião ideal para celebrar o primeiro aniversário da minha primeira desilusão depois de ter ficado solteiro.
As próximas duas semanas irão ver publicada em duas partes uma crónica escrita há cerca de dois meses atrás. É um daqueles textos que eu decidi deixar na gaveta a marinar durante uns meses enquanto decidia se o partilhava ou não e foi, em parte, o texto que me desligou finalmente daquela saga acerca da qual vocês já devem estar cansados de ouvir. No entanto, penso que de todas as crónicas que escrevi e partilhei até agora, esta foi talvez a que mais me ajudou a arrumar definitivamente as ideias e a deixar ir uma pessoa após perceber que não havia rigorosamente nada a recuperar daquela situação. Leiam-na, por isso como um flashback a uma altura para a qual agora olho como uma experiência de aprendizagem e amadurecimento valiosa.
O início desta crónica levou duas tentativas até eu conseguir perceber exactamente o que é que queria dizer, como o queria dizer, e a quem o queria dizer. Não sabia se o queria escrever em jeito de confissão a vocês que me lêem, ou à pessoa que me faz escrever esta crónica, por isso é provável que estes parágrafos não passem duma versão em prosa dum disco da Adele/Taylor Swift, ou outra qualquer que esparrama a vida sentimental em discos.
Às vezes penso que os títulos destas crónicas estão a um passo de ser iguais aos filmes de terror juvenil que eu via na minha adolescência sem problemas nenhuns e que agora me fazem encolher todo e dizer ‘ssssssss, que impressão!’. Tal como esses filmes, também parecem destinadas a sequelas inevitáveis e também me fazem ocasionalmente querer gritar tipo as personagens do Scream quando o psicopata lhes entra em casa, se bem que no meu caso, tenho conseguido manter os psicopatas fora de casa… mais ou menos…
O dia de hoje traz o segundo capítulo daquilo que eu não estava nada à espera que se tornasse uma saga regular da vida de solteiro. Quase que me começo a sentir como a versão gay lisboeta da Carrie Bradshaw, se bem que a Carrie já é, em si, bastante gay, mas divago.