Quando uma pessoa LGBTQIA+, decide revelar a sua orientação sexual ou identidade de género, o momento pode ser libertador, mas também muito difícil. Para muitos, assumir quem são pode significar a perda de relações familiares importantes, gerando um tipo de luto pouco discutido e muitas vezes não reconhecido socialmente: o luto invisível.
A discriminação e o estigma enfrentados pela comunidade LGBTQIA+ em Portugal continuam a ser uma questão central quando falamos sobre saúde mental. Como psicóloga, vejo diariamente os impactos devastadores que essa marginalização tem sobre o bem-estar das pessoas, muitas vezes subestimados pela sociedade. Embora tenhamos assistido a importantes avanços nos direitos legais, as feridas emocionais provocadas pelo preconceito e exclusão persistem e são profundamente enraizadas no quotidiano.
Luisgé Martín, prolífico autor de romances e contos, inaugurou as editoras portuguesas com a sua biografia traduzida "El Amor del Revés", uma série de relatos cruamente honestos do turbulento caminho rumo à aceitação da sua sexualidade. A biografia abrange o percurso do autor entre 1977, quando assume para si mesmo que é homossexual, e 1998 quando conhece o actual marido com quem teve o final feliz.
Há uns meses, nos comentários, o muy-estimado leitor Lobo Malhado disse uma coisa que me ficou na cabeça. Era algo acerca de receber a resposta “não temos muito em comum mas serves para amigo”, após a qual se seguia normalmente a outra pessoa começar a “andar” com alguém com quem ainda tinha menos em comum.
Antes da crónica, vai um aviso que este texto pode conter linguagem que alguns de vocês poderão achar triggering, mas eu acho que é fundamental falarmos acerca destas coisas.
Foi agora tornada pública a curta Tsintty significa "there's somenthing I need to teel you" filmada no Norte do país entre Setembro de 2012 e Janeiro de 2013.