A ante-estreia de “Crime” está agendada para 7 de Janeiro de 2015 na Cinemateca Portuguesa, em Lisboa. O filme é baseado na história do assassinato de Carlos Castro e tem como actores principais João D'Ávila e Ruben Garcia. A realização é de Rui Filipe Torres.
Começa esta terça-feira a ser rodado em Lisboa o filme baseado na história que marcou a actualidade portuguesa no início de 2011: o homicídio de Carlos Castro por Renato Seabra num quarto de hotel em Nova Iorque.
Um príncipe e um belo conhecem-se, estabelecem uma relação e vivem felizes para sempre. Um enredo que não é novo. A versão moderna e portuguesa da história misturou ficção com realidade, foi escrita a sangue e teve Carlos Castro e Renato Seabra nos papéis principais. Aos portugueses coube decidir quem era o Belo e o Monstro.
Renato Seabra foi hoje condenado em Nova Iorque por homicídio em segundo grau, pelo assassínio do cronista Carlos Castro. O homicídio ocorreu a 7 de Janeiro de 2011 num hotel de Nova Iorque.
"Modelo admite que matou namorado e que usou os seus testículos nos pulsos." É desta forma que a Advocate, considerada a principal publicação LGBT dos Estados Unidos, relata o julgamento de Renato Seabra, que começou em Nova Iorque. Também o Gay City News, o site de informação LGBT mais importante de Nova Iorque, está a acompanhar o caso, num trabalho que está a ser conduzido pelo jornalista Duncan Iosborne.
No início do mês o dezanove avançava em primeira mão que, na sequência das notícias publicadas sobre a morte do cronista Carlos Castro, a Entidade Reguladora da Comunicação Social (ERC) decidiu condenar os jornais Diário de Notícias, Jornal de Notícias, i e Público por "terem ultrapassado os limites que devem ser respeitados pelos órgãos de comunicação social em todos os conteúdos que transmitem". O dezanove foi ouvir o que Paulo Côrte-Real, Presidente da associação ILGA Portugal, tem a dizer sobre este caso.
Uma semana depois da sua morte, as cinzas de Carlos Castro foram espalhadas na Broadway em Nova Iorque. Este foi, aliás, um dos desejos do jornalista finalmente realizado após alguns dias de hesitação sobre a viabilidade de espalhar as cinzas na via pública. As cinzas foram depositadas junto de uma conduta de ar do metro nova-iorquino pelas irmãs e pelo amigo Carlos Montez.
Renato Seabra já admitiu a autoria do assassinato de Carlos Castro e será acusado de homicídio em segundo grau. Segundo relata o New York Post, o modelo de 21 anos terá dito às autoridades que cometeu o crise para livrar dos "demónios e do vírus (da homossexualidade)". "Já não sou gay", terá também afirmado.
Carlos Castro nasceu em Moçâmedes, Angola, em 1945. Empurrado pelo relacionamento difícil que tinha com o pai, aos 15 anos vai para Luanda onde começa a colaborar com jornais, revistas e rádios. É na capital angolana que vence o festival de Luanda com o poema Feitiço de Tinta. Quando em 1975, após a independência de Angola, se instala em Lisboa, dedica-se ao transformismo até conseguir singrar como cronista social. Carlos Castro nunca escondeu as dificuldades e privações que teve de passar até ser reconhecido. Era frontal, directo e polémico.
O assassinato de Carlos Castro já originou 430 notícias na imprensa dos Estados Unidos e do Reino Unido, de acordo com uma pesquisa que o dezanove realizou no Google News. Em Espanha, a imprensa também já noticiou o crime. As referências vão do Wall Street Journal à cadeia de televisão CBS.
A pena máxima para homicídio no Estado de Nova Iorque é a prisão perpétua, relembrou à agência Lusa Tony Castro, luso-americano que foi procurador de Justiça do Bronx. Em casos como o assassinato de Carlos Castro é pouco habitual que ocorra a extradição do criminoso para o seu país de origem, acrescentou o mesmo responsável. No entanto, existe um acordo de extradição entre Portugal e os Estados Unidos que permite que os condenados portugueses em solo norte-americano possam cumprir a pena no seu país Natal.
Durante esta manhã Renato Seabra, apontado como suspeito de ter assassinado Carlos Castro, esteve em observação médica numa unidade psiquiátrica do hospital Bellevue, na zona leste de Manhattan, depois de ter cortado os pulsos numa tentativa de suicídio.
O corpo de Carlos Castro não deverá voltar a Lisboa. É intenção da família realizar o acto fúnebre e a cremação do corpo em Nova Iorque, a cidade preferida do cronista social. As suas cinzas, tal como chegou a expressar Carlos Castro, deverão ser espalhadas por Manhattan.
Renato Seabra, que deu entrada com Carlos Castro no Hotel Intercontinental, em Nova Iorque, no passado dia 29 de Dezembro, é neste momento o principal suspeito da morte do cronista que ocorreu esta madrugada. O modelo de 21 anos é de Cantanhede e tinha sido concorrente do programa "À procura de um sonho" da SIC. Lili Caneças, amiga pessoal de Carlos Castro, recorda que o cronista social chegou a falar sobre a relação entre os dois, referindo que Renato Seabra era "heterossexual".
A notícia da morte de Carlos Castro tem sido o motivo para várias palavras de apreço pelo trabalho do cronista social nos jornais online e nas redes sociais, mas também para várias manifestações de homofobia.
Carlos Castro, jornalista e um dos primeiros gays assumidos de Portugal, foi encontrado morto no Hotel Intercontinental, em Times Square, Nova Iorque. O jornalista deu entrada no hotel a 29 de Dezembro, acompanhado pelo português Renato Seabra, de 20 anos, que é considerado o principal suspeito do homicídio cometido no 34º andar do hotel. Renato Seabra terá saído do hotel momentos antes do corpo ter sido encontrado, tendo sido detido horas depois pelas autoridades num local próximo do crime. O corpo, segundo a imprensa local, terá sido encontrado nú e com os órgãos genitais mutilados, por volta das 19 horas locais.