A associação Rumos Novos – Católicas e Católicos LGBT considera que as recentes afirmações do cardeal-patriarca “somente contribuem para aumentar o estigma, dentro da igreja, em relação aos fiéis de orientação homossexual”.
Krzysztof Charamsa esteve debaixo dos holofotes nas aquando da sua passagem por Lisboa para promover o livro “A primeira pedra. Eu, padre gay, e a minha revolta contra a hipocrisia de igreja”, editado pela Planeta. Krzysztof Charamsa foi o primeiro padre a trabalhar no Vaticano a declarar-se homossexual e a apresentar o seu companheiro. Agora, em entrevista ao dezanove.pt, analisa o impacto da estadia em Portugal, o papel de associações de homossexuais católicos e o protagonismo das associações de leigos, como é o caso da Associação Portuguesa dos Psicólogos Católicos.
A Associação Rumos Novos - Homossexuais Católicos descreve como “infeliz” a forma como a psicóloga Maria José Vilaça se referiu à homossexualidade, no entanto, destaca como positivo o apelo da presidente da Associação dos Psicólogos Católicos para que os pais aceitem os filhos.
Uma plateia surpreendida com a possibilidade de a linguagem do Corão ser menos patriarcal que as restantes religiões monoteístas. Um padre anglicano a ler passagens do Catecismo romano para demonstrar como que a Igreja Católica continua a não aceitar os homossexuais. Igrejas protestantes em Itália que celebram bênçãos a casais de pessoas do mesmo sexo. Uma moderadora "ateia" que chama a um participante de “católico” e a outra de “cristã”.
A vinda a Lisboa do terapeuta que promete a conversão de homossexuais foi um dos assuntos da semana em Portugal. Só no Facebook a notícia do dezanove foi partilhada mais de 100 vezes e vista por mais de 60 mil pessoas.
Uma carta aberta do colectivo Panteras Rosa enviada à comunicação social esta quinta-feira exige a demissão imediata de Hélder Trindade, Instituto Português do Sangue e da Transplatação (IPST).
Pelo quinto ano consecutivo o dezanove escolhe as personalidades, projectos, entidades e factos que mais se destacaram ao longo dos últimos meses. São estes os vencedores dos Prémios dezanove.
O arcebispo Lorenzo Baldisseri, secretário-geral do Sínodo dos Bispo do Vaticano, solicitou às conferências episcopais de cada um dos países para efectuarem a distribuição imediata do questionário e tão amplamente quanto possível, como forma de preparação do Sínodo anunciado pelo Papa Francisco, que decorrerá entre 5 e 19 de Outubro de 2014. O Vaticano pediu aos bispos de todo o mundo que perguntem aos fiéis qual a sua opinião sobre os ensinamentos da igreja no que concerne à contracepção, ao casamento entre pessoas do mesmo sexo e ao divórcio.
Beja Diversidades é o nome do novo grupo informal nascido este Verão com o intuito ajudar à mudança das mentalidades e atitudes em relação às questões da orientação sexual, identidade de género, homofobia e violência doméstica. O projecto conta com o apoio da associação da Opus Gay e procura junto da câmara municipal local a cedência de um espaço para reuniões informativas e de apoio à população LGBT deste distrito. Mas os heterossexuais não ficam de fora, “precisamos que os heteros nos ajudem, porque esta luta é de todos” dizem os responsáveis do Beja Diversidades, que tem marcado, até ao momento, a sua actividade na internet e nas redes sociais.
A 11ª Marcha do Orgulho LGBT em Lisboa realiza-se no próximo sábado, dia 19 de Junho. Com saída às 17 horas do Jardim do Príncipe Real a marcha que defende o conceito de orgulho por oposição à vergonha terá o seguinte percurso (ver mapa):
01) Praça do Príncipe Real - troço a partir do ISCEM (entroncamento com a Calçada da Patriarcal)
02) Rua D. Pedro V
03) Rua S. Pedro de Alcântara
04) Rua da Misericórdia
05) Largo do Chiado
06) Rua Garrett
07) Rua do Carmo
08) Praça D. Pedro IV (Rossio) - troço entre a Rua do Carmo e a Rua da Betesga
09) Rua da Betesga
10) Praça da Figueira (atravessada na diagonal entre a Rua da Betesga e a Rua D. Duarte)
11) Rua da Palma (troço do Hotel Mundial) Chegada à Praça do Martim Moniz e concentração
A Organização da 11ª Marcha do Orgulho Gay já divulgou os objectivos do evento do próximo Sábado, que podem ser lidos na sua página do Facebook: - Assinalar o dia 28 de Junho de 1969, pois foi nessa data que, na cidade de Nova Iorque (EUA), no bar Stonewall Inn, homossexuais e transexuais resistiram, pela primeira vez na história, às habituais rusgas policiais, à discriminação e à violência. - Ocupar o espaço público com a diversidade de identidades de género e de orientações sexuais que nos caracteriza enquanto seres humanos. - Contrapor à vergonha que muitos/as querem impor às pessoas LGBT o Orgulho. - Celebrar o recente direito adquirido de igualdade no acesso ao casamento civil, tudo o que já foi conseguido e continuar a mobilizar-nos para que mais seja possível alcançar, até chegarmos a uma cidadania plena. - Recordar que, no Portugal de 2010, há ainda muito caminho a percorrer na luta contra a discriminação com base na orientação sexual e na identidade de género. - Promover e respeitar a diversidade sexual como valor humano porque boatos, anedotas, mexericos e controlo social continuam a contrariar o direito à felicidade de todas/os. - Denunciar o facto de, pelo mundo fora, existirem sete países em que a homossexualidade é punida com pena capital e que em 93 outros qualquer pessoa pode ser julgada e punida com multa ou prisão por ser lésbica, gay, bissexual ou transgénero. Saímos à Rua porque muitos/as de nós, amigos/as, colegas, familiares, pessoas ao nosso lado, vivem a discriminação todos os dias, mesmo que num silêncio imposto pelo medo, pela solidão ou pela vergonha. Por isso, importa denunciar, olhar nos olhos, ocupar o espaço. Fazemos da nossa cidadania uma bandeira contra a homofobia, a lesbofobia, a bifobia e a transfobia.
“Não devo contribuir para o arrastar deste debate”, referiu hoje Cavaco Silva na comunicação ao país, onde explicou, numa curta declaração, que optou por promulgar o diploma do casamento entre pessoas do mesmo sexo. O Presidente da República apresentou duras críticas ao diploma e aos partidos que o aprovaram. “É de lamentar que não tenha havido consenso” sobre o assunto, já que, nas suas palavras, seria possível “evitar clivagens” na sociedade. Cavaco Silva exemplificou com os casos da França, Alemanha, Dinamarca e Reino Unido, onde existe um enquadramento semelhante ao matrimónio que protege os casais homossexuais, sem no entanto se chamar “casamento”. Dos 27 países da UE, apontou, apenas outros quatro escolheram o caminho português. Pelo “superior interesse nacional do país” que atravessa uma crise financeira, Cavaco optou por promulgar o diploma, dado que era expectável uma nova maioria na Assembleia da República. Perante uma segunda aprovação da Assembleia, Cavaco Silva era obrigado a promulgar o diploma.
Recorde-se que a comunicação de Cavaco Silva foi feita no Dia Mundial de Luta Contra a Homofobia e a Transfobia, uma data assinalada com uma marcha em Coimbra, que segundo a organização reuniu "mais de 300 pessoas" e uma conferência sobre homofobia e uma acção de Abraços Grátis em Lisboa. Ainda hoje às 22 horas, no Terreiro do Paço, em Lisboa, o Rumos Novos – Grupo Homossexual Católico, vai realizar uma manifestação pública. Foi nessa praça que decorreu na semana passada a missa aquando da passagem de Bento XVI por Lisboa. Em Fátima, o Papa agradeceu “asiniciativas que visam tutelar os valores essenciais e primários da vida, desde a sua concepção, e da família, fundada sobre o matrimónio indissolúvel de um homem com uma mulher”.
Foto destaque: Cavaco Silva, hoje no Palácio de Belém, enquanto se dirigia ao país, fotografado pelo dezanove
A 17 de Maio assinala-se o Dia Internacional de Luta Contra a Homofobia e a Transfobia. A data (conhecida internacionalmente por IDAHO), instituída em 2005 pelo activista francês Louis-Georges Tin, visa consciencializar a população em geral para a necessidade de se respeitar a identidade de género e os direitos das pessoas independentemente da orientação sexual bem como acabar com a discriminação e violência homofóbica e transfóbica. Algumas entidades públicas, associações e colectivos do movimento LGBT português associam-se a esta data promovendo iniciativas em vários pontos do país: Ainda antes da data oficial, no Sábado dia 15 o warm up é no Porto e em Lisboa com o beijaço organizado pelo MICA-me. Em Lisboa:“Conferência Homofobia fora do armário: Identificar e Combater a Discriminação das Pessoas LGBT em Portugal” organizada pela ILGA Portugal, a Amplos e a rede ex aequo em conjunto com a Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género (CIG). Free Hugs {abraços grátis}, uma mobilização da associação rede ex aequo com o apoio da CIG.
Pelas 22h00, o Rumos Novos – Grupo Homossexual Católico, vai realizar, no Terreiro de Paço, uma manifestação pública, “Falando acerca do silêncio: uma vela em homenagem a cada vítima de homofobia”. O ponto de encontro será no local, às 21h30. E em Coimbra: Marcha Contra a Homofobia e Transfobia, organizada pela não te prives Recorde-se que a escolha da data está relacionada com a retirada em 1990, por parte da Organização Mundial de Saúde (OMS), da homossexualidade da lista das doenças mentais. 20 anos após a decisão da OMS, a homossexualidade continua a ser proibida em 80 países e punida com pena de morte em sete deles. (actualizado a 17 de Maio)