“O homem é o Sujeito, o Absoluto; ela é o Outro” - Simone Beauvoir, 1980
O que é a masculinidade? Quando falamos em homens e masculinidade estamos a falar da mesma coisa ou de coisas diferentes? Serão os homens os únicos autores da masculinidade e do masculino? De onde parte a autoridade para haver a predominância de um género sobre o outro (do masculino sobre o feminino)? Estas são só algumas das questões levantadas da 23ª edição da colecção de Cadernos Sociais (2017) e que, através de um conjunto diversificado de especialistas, entre a Sociologia e a Psiquiatria, tentam responder evidenciando questões fulcrais sobre as problemáticas de género e dos diferentes tipos de viver/construir a masculinidade.
Quando nascemos é promovido um discurso de diferença em torno do nosso sexo biológico. Alimentado no meio familiar, profissional e jurídico pela cultura de massas, publicidade ou até pela medicina, esse discurso normaliza o que deve ser um homem ou uma mulher: quem nasce com uma vagina deverá ser obediente, ter recato e encontrar na maternidade o exponente máximo da sua realização; quem nasce com um pénis, deverá ser audaz, dominar pela força ou pela autoridade, ter mulher, filhos, e como principal foco a carreira profissional.
Vince, 20 anos, FTM, residente em Cascais, aceitou partilhar connosco alguns DO's and DONT's (coisas que SIM devemos dizer e coisas que NÃO devemos dizer) que se efectivam cruciais quando interagimos com pessoas trans.
No artigo 'Peço desculpa, tenho sexo, não tenho género', o autor José Manuel Fernandes, sugere esclarecer o que ele ainda não foi capaz de entender: orientação/preferência sexual não é o mesmo que género/papel de género, e muito menos, sexo biológico.