Terry Costa: "É uma pena que a homofobia interna e o medo reinem no PSD Açores"
"O direito de nos manifestarmos e de termos orgulho naquilo que somos, naquilo que nos dá prazer, de quem gostamos, de defender as nossas convicções, são direitos humanos, fundamento de qualquer regime democrático." Assim começa o voto de saudação à Marcha LGBT dos Açores, apresentado no Parlamento dos Açores pelo Bloco de Esquerda e aprovado a 11 de Setembro com os votos de todas as bancadas e abstenção do PSD Açores.
A postura do principal partido da oposição nos Açores foi criticada pelo líder da associação Pride Azores. "Nem de levantar um dedo em favor ou contra deste voto de saudação, os deputados do PSD/A foram capazes. Fico triste por ver alguns destes indivíduos sem coragem, nem autonomia, para lutar por quem são. É uma pena que a homofobia interna e o medo reinem no PSD Açores, mas isto também mostra o quanto trabalho é necessário para fazer nos Açores, quando nos defrontamos com situações em que uma coisa tão simples como levantar o dedo parece impossível para alguns", aponta Terry Costa, presidente da associação Pride Azores. Terry Costa reconhece que qualquer iniciativa de visibilidade é importante, mas fez uma ressalva: "Visibilidade é educação, mas não é com votos de saudação entre as paredes do Parlamento que mudamos a realidade diária das pessoas que são discriminadas nos Açores. É urgente uma política de proximidade para quem ocupa cargos político-partidários entender o mundo para além dos gabinetes, a realidade diária das pessoas LGBT nos Açores."
A marcha LGBT, organizada pela associação Pride Azores no final de Agosto, procurou "retirar os açorianos e as açorianas gay, lésbicas, bissexuais e transexuais da invisibilidade", lê-se no texto apresentado pelo Bloco de Esquerda. "O preconceito e a discriminação existem, nos seus mais diversos graus, só ocultados pela invisibilidade social das suas vítimas, pelo que qualquer manifestação é, também, um meio de combater ambos. Por isso, a desvalorização da importância da referida visibilidade é, também ela, uma forma de cumplicidade com o preconceito e a discriminação", acrescenta.
A marcha LGBT, organizada pela associação Pride Azores no final de Agosto, procurou "retirar os açorianos e as açorianas gay, lésbicas, bissexuais e transexuais da invisibilidade", lê-se no texto apresentado pelo Bloco de Esquerda. "O preconceito e a discriminação existem, nos seus mais diversos graus, só ocultados pela invisibilidade social das suas vítimas, pelo que qualquer manifestação é, também, um meio de combater ambos. Por isso, a desvalorização da importância da referida visibilidade é, também ela, uma forma de cumplicidade com o preconceito e a discriminação", acrescenta.