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Nova produção teatral está a ser acusada de transfake

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A peça "Things I Know to be True" produzida pelos The Lisbon Players está em cena no Teatro do Bairro até 30 de Abril. A peça de autoria do dramaturgo australiano Andrew Bovell, encenada por António Carlos Andrade, traz, de acordo com a sinopse: “uma exploração complexa e intensa das dinâmicas familiares – e matrimoniais – pelo olhar de quatro irmãos e irmãs que procuram encontrar-se a si mesmos para lá do amor e das expectativas dos seus pais”. 

À semelhança da recente polémica em torno da peça “Tudo sobre a minha mãe”, do Teatro São Luíz, sobre o casting transfake levantada pela artista e activista Keyla Brasil, o Teatro do Bairro e os The Lisbon Players estão agora a ser acusados pela perpetuação da exclusão de pessoas trans do acesso ao emprego e auto-representação nos espaços de cultura nacionais. Escolhendo o actor Ricardo Francisco Jacob para representar o papel de Mia, uma mulher trans que ao longo da peça faz o seu coming out e transição, a companhia é acusada por algumas pessoas defensoras dos direitos das pessoas trans da prática de casting transfake e manutenção do privilégio cis-normativo que perpetua o silenciamento das vozes e experiências das pessoas trans e o acesso a oportunidades de emprego. 

Na sequência das manifestações de Dusty Whistles, uma mulher trans que, pacificamente, protestava em frente ao Teatro do Bairro contra o que considera ser mais um caso de transfobia no acesso a um casting, surgiu uma intervenção com vários agentes policiais. Dusty Whistles, mulher que leva a cabo os protestos de transfake pelo Teatro do Bairro, aponta o uso de força e violência do Estado para silenciar o direito democrático à manifestação política, evidenciando a discriminação sistémica e violência transfóbica que estas pessoas estão sujeitas no país.

No seu manifesto “Respeitar Existência ou Esperar Resistência!” sobre o boicote à peça “Things I Know To Be True”, apela à participação pública nos dias de acção que continuarão até dia 30 de Abril em frente ao Teatro do Bairro. Um manifesto que diz prender não só pela representação, mas pela inclusão equitativa de pessoas trans na sociedade, através da transformação cultural, social e política por meio da arte.

 

Nesta peça totalmente falada em inglês entra também a actriz Inês Herédia.

 

Daniel Santos Morais