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O dezanove.pt perguntou, a programadora respondeu com quatro películas que não pode mesmo perder na edição deste ano.

"Na competição de longas, destacaria o Limbo, de uma realizadora dinamarquesa sedeada em Berlim neste momento, Anna Sofie Hartmann, sobre uma relação de aproximação de uma aluna de secundário à professora. É um filme muito contido, que vai crescendo dentro de nós aos poucos. Essa linguagem de contenção que a realizadora usa está muito próxima da contenção de uma pessoa mais nova quando aborda uma pessoa mais velha, quando há esse desejo latente.

 

O Beira-Mar, um filme brasileiro do Márcio Reolon e do Filipe Matzembacher, que estreou este ano em Berlim, na secção Forum. O filme é também sobre adolescentes, neste caso dois amigos que viajam até uma cidade costeira no Brasil. Há uma aproximação que se faz por conversas muito íntimas e muito próximas daquilo que nós próprios conhecemos da nossa realidade adolescente. Consegue ver-se um naturalismo muito grande na maneira como estão a interpretar aquelas conversas que fazem lembrar a nossa própria adolescência. Essa intimidade está muito bem filmada pelo Márcio e pelo Filipe, que têm sempre a câmara muito perto dos protagonistas, num filme com uma fotografia muito bonita. É um filme bastante doce.

 

Nos documentários, gostava de destacar o Battle of Sexes, um filme do Reino Unido sobre uma história da tenista Billie Jean King, dos anos 70, que desafiou na altura um tenista mais velho, já retirado, o Bobby Ricks, na altura com 55 anos, para uma partida de ténis, que ficou conhecida como a “battle of sexes”. Ele era conhecido por ser um pouco machista e ela acabou por vencer. O que ela quis fazer com essa partida foi explorar temáticas de feminismo, de luta contra o sexismo no desporto, numa altura em que havia uma luta constante pelos direitos civis por parte das mulheres. O filme retrata bastante bem essa personagem e aquilo que ela conseguiu fazer nos anos 70.

 

Destaco ainda o La Visita, na competição de longas-metragens. É um filme chileno, do Mauricio López Fernandez. Ele já esteve anteriormente no festival com uma curta-metragem chamada La Santa. Esta é a primeira longa-metragem dele. O filme retrata o regresso a casa de um filho com a sua verdadeira identidade de mulher. Esse regresso a casa faz-se através de um confronto muito negociado com a família. Destaco a casa porque a maneira como o Maurício filma as personagens dentro daquela casa faz com que a casa seja uma personagem também. É um filme bastante inquietante e muito próximo daquilo que uma Lucrecia Martel faria com esta história, mas sem deixar de ter uma linguagem e uma voz própria da parte do Maurício. A interpretação da Daniela Vega é maravilhosa. É um filme muito forte.»

 

Assiste aos quatro trailers aqui:

Pedro Garcia

Site do Festival: http://queerlisboa.pt/