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Nem na mata se encontram histórias assim

Carlos Reis: "Podia ter sido qualquer um de nós"

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Os Estados Unidos sofreram ontem o pior assassínio em massa desde 11 de Setembro de 2001. E desta vez foi mais do que um acto de terror generalizado e indiscriminado. Foi também um crime de ódio específico, premeditado contra uma comunidade determinada.

Foi pois um ataque ao modo de vida ocidental, às liberdades que damos por garantidas em todo o mundo civilizado, um ataque aos Estados Unidos. Mas foi também um ataque destinado a destruir uma comunidade inteira. Uma intenção de extermínio da comunidade LGBT. O assassino simplesmente quis matar tantos gays e lésbicas quanto possível. Matou 50 feriu outros tantos, destruiu famílias, traumatizou milhares e milhares para sempre. Isto para nós, em toda a parte do mundo (os que tivemos a sorte de não estar em Orlando naquela hora e naquela noite) deve trazer-nos duas lições. A primeira é que podia ter sido qualquer um de nós, em Lisboa, no Porto, em Paris ou em Londres, ou em qualquer lugar. Não estamos livres de que um assassino cheio de ódio um dia irrompa no restaurante ou no bar ou na discoteca onde estivermos para destruir as nossas vidas. Mas a segunda lição é mais importante do que a primeira: enquanto houver ódio nunca estaremos seguros. Por isso importa não termos medo. Defrontar e confrontar o ódio em todas as situações. Sermos os vigilantes da nossa própria segurança. Porque o ódio alimenta-se também do nosso medo. Não podemos ter medo. Seja de um comentário agressivo numa caixa de comentários num jornal online. Seja na rua quando ouvimos uma ofensa. Seja em que situação for. Convém não esquecer que as palavras são o primeiro sinal. E que se não paramos e afrontamos essas palavras viradas contra nós um dia elas transformam-se já não em palavras mas em metralhadoras e em granadas. Tenhamos força e saibamos defender a nossa liberdade e dignidade. Tenhamos sempre orgulho em ser aquilo que somos e em defender todos aqueles que querem viver como são.

Carlos Reis, jurista.

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