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Morreu o criador da bandeira do arco-íris

Gilbert Baker, o nome poderá não dizer muito à maioria dos leitores, mas a sua obra é incontornável. Em 1978, Baker costurou a primeira bandeira colorida e que se tornou o símbolo da comunidade LGBTI em todo o mundo. Baker faleceu aos 65 anos de idade na madrugada da última quinta-feira, noticiam os media norte-americanos. 

O activista e artista residente em São Francisco (EUA) começou a fazer bandeiras na década de 70 a pedido de Harvey Milk para reivindicar os direitos das pessoas LGBT bem como para protestar contra a guerra.

Inicialmente a bandeira do arco-íris consagrava oito cores e foi criada em 1978 para o primeiro dia da liberdade gay da cidade norte-americana, dia precursor daquilo que são hoje as marchas do orgulho LGBTI.

A bandeira original de Baker tinha oito cores, cada uma representando um aspecto diferente da humanidade:

Rosa – sexualidade

Vermelho -vida

Laranja – cura

Amarelo – luz do sol

Verde – natureza

Turquesa – arte

Índigo – harmonia

Violeta – espírito humano

Depois esta versão passou por várias revisões, retiraram-se e adicionaram-se cores devido a tecidos mais ou menos disponíveis no mercado. Desde de 2008 a versão mais comum e representativa da comunidade LGBTI é composta por seis faixas horizontais e dispostas nesta ordem: vermelho, laranja, amarelo, verde, azul e violeta, como se de um arco-íris se tratasse. 

Na altura Baker quis transmitir a ideia de diversidade e inclusão, usando “algo da natureza para representar que a nossa sexualidade é um direito humano”. 

Em 2015, o Museu de Arte Moderna de Nova York adquiriu a bandeira original para a sua colecção de design, considerando-a um “marco de design poderoso”. 

“Decidi que deveríamos ter uma bandeira, que uma bandeira nos servisse de símbolo, que somos um povo, uma tribo, se quisermos”, disse Baker numa entrevista. “E as bandeiras são sobre a proclamação de poder, por isso é muito apropriado.”

Esta sexta-feira à noite decorreu uma vigília em memória de Gilbert Baker na cidade de São Francisco. 

 

 

2 Comentários

  • Sarin

    Boa tarde.
    Não comento para ser publicada mas porque não sei como entrar em contacto.

    O objecto do texto é interessante, mas tenho algumas questões quanto à forma e quanto ao conteúdo.
    Começo pela forma:
    “Baseado” significa ser fundado em, estar fundamentado por, ter por base algo. Não significa estar sediado. Tenho visto esta confusão com frequência, e talvez um dia se generalize e entre como sinónimo – mas hoje ainda não.
    E se escreve EUA pode também escrever São Francisco, já que não tem grande sentido usar a grafia local para a cidade e a grafia portuguesa para o país.
    Desculpe a advertência; mas tal como a sexualidade é um direito humano também o falar bem e ver bem falada a Língua Materna o é.

    Sobre o conteúdo, e pegando nas palavras de Baker sobre bandeiras e comunidades:
    Comprendo que se apele à união para dar visibilidade à luta em torno deste ou daquele direito. Mas os direitos de uma fracção (não facção) da sociedade não são apenas reinvindicados pelos indivíduos que se identificam com este ou aquele constrangimento social.
    Se os homossexuais e bissexuais se consideram uma tribo, um povo, não promovem com isso a diferenciação em vez da igualdade? Não insinuam com isso que eu, que sou hetero, não sou um indivíduo igual a um que é homo ou bi?
    Mesmo um transgénero, com todas as questões legais que se prendem com a identidade, não é um indivíduo igual a mim que nasci e morrerei com o mesmo nome e a mesma genitália?

    Luto pela igualdade de direitos e deveres entre indivíduos, exigindo que cada indivíduo responda em função das suas capacidades (porque incluo todos os direitos, incluindo o da autonomia motora).
    O existir uma cultura paralela (sub-cultura parece minimizador, redutor, algo que é menos que cultura) ajuda a criar barreiras – erguidas por essa mesma auto-proclamada comunidade.
    Daí gostar do símbolo e gostar da bandeira – todas as lutas têm bandeira 🙂 – mas não perceber nem gostar do conceito de comunidade. Porque é auto-exclusiva, elitista.

    Tem, para mim, tanta lógica uma comunidade LGBT como uma comunidade de paraplégicos ou uma comunidade de mulheres – apenas uma característica une os indivíduos dessa comunidade. Uma única! Mas todos temos direitos por cumprir, liberdades por conquistar, a igualdade por alcançar.

    Por isso não percebo o conceito de comunidade. Porque sou obrigada a dizer Nós e Vocês e Eles em vez de apenas Nós.