Catarina, Nuna e Solange
Foi através de um artigo de jornal (P3) que a Mag Rodrigues se apercebeu que um fotógrafo belga, Bart Heynen, estava a fotografar famílias de pais homossexuais, famílias homoparentais. – “Minutos depois fiz uma open call que teve uma adesão fantástica.”
Até então, em Portugal, só havia um trabalho destes, datado de 2012, conta-nos.
Com o projecto “FAMÍLIA”, Mag pretende mostrar-nos esta realidade: famílias LGBTI+, que estão espalhadas pelo mundo, mas que não são nem vistas nem representadas. Mag procura desconstruir estereótipos e preconceitos associados às famílias arco-íris. “Nos alicerces básicos de uma família, em nada se distingue de outra família- são adultos a quererem criar crianças, a quererem educar crianças. E por isto não merecem qualquer tipo de preconceito.”
Até ao momento, Mag fotografou 20 famílias em Portugal, todas elas diferentes, com pessoas com várias identidades de género, com diferentes tons de pele e também de diferentes origens.
Naára e Kaway
Nesta fase de produção, todas as histórias a sensibilizaram. Mag tentou encontrar uma amostra de famílias porque – “existem famílias em que só há um pai ou só há uma mãe, ou há uma figura adulta não binária. E depois existem as famílias que são casais homossexuais. Para estas famílias terem filhos têm de fazer um caminho muito árduo.”
No próximo mês de Setembro, no espaço Santa Catarina, em Lisboa, vai haver uma exposição com o apoio da ILGA Portugal. A fotógrafa pretende ainda levar este mesmo projecto até às escolas e transformá-lo em livro.
Jéssica Vassalo
Um Comentário
Amigo
Aqui no Brasil, no último Censo havido (2010), foi constatado que mais da metade dos lares era composto por uma pessoa: solteiras ou divorciadas! Bem diferente dos anos 60 até metade dos anos 80, em que os homens eram menos longivos e os lares moravam viúva e a prole! O que ainda ficou velado, nos resultados dos domicílios, mas implícito foi que o casamento “hetero” não esteja sendo buscado e que estes domicílios com uma pessoa, podem ser de homens e mulheres, financeiramente Independentes, com ou sem filhos que já formaram seus núcleos familiares, mas estejam vivendo paixões ou encontros amorosos, sem se sentirem “aprisionados” em preconceitos sociais!