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Insultos homofóbicos no Luneta dos Quartéis

Há um certo conhecido desvio na Estrada de Monsanto, subindo pela encosta Noroeste do Parque Florestal de Monsanto, que conduz ao recôndito e hoje obscurecido Miradouro da Luneta dos Quartéis. Este que é o quinto miradouro do mapa oficial do Parque, tornou-se também num dos espaços actualmente mais frequentado por homens gays e HSH (homens que têm sexo com homens) para a prática de cruising, i.e., de encontros sexuais em lugares públicos. 

Recentemente o espaço foi pejado de cartazes e grafitties de carácter homofóbico, conforme as fotos evidenciam:

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O miradouro está alicerçado numa fortificação militar de finais do século XIX, da qual restam ainda parte da muralha e do fosso, ocupando uma grande clareira delimitada por renques de pinheiros. Para a direita, a área cede lugar a uma zona alcatroada usada como parque de estacionamento, e às ruínas de um restaurante abandonado que aqui funcionou por décadas. 

Dada a sua localização, não possui nenhuma perspectiva sobre Lisboa – antes, abre para as zonas urbanas de Alfragide e Carnaxide, compreendendo tanto superfícies comerciais e áreas habitacionais suburbanas a curta distância, como incidindo ao longe sobre os píncaros da serra de Sintra, a foz do Tejo e o Atlântico. A despeito do amplo alcance das vistas, a densa folhagem da vegetação circundante encobre a maior parte delas, dando ao espaço o ambiente de secretismo e reclusão que os cruisers tipicamente procuram. 

Recomendada à hora de almoço e pela tarde – sendo o espaço visto como mais perigoso à noite – a acção concentra-se no parque de estacionamento onde veículos vêm parar, enquanto os vários caminhos que adentram o mato são recorrentes lugares de furtiva movimentação. 

Há muito que a área do Parque é popular para este tipo de actividade lazer, com trilhos abertos durante todo o ano para caminhadas, corridas e ciclismo de montanha. Já o Miradouro vem exibindo crescentes marcas de pronunciada degradação, desde atulhamentos de lixo, a zonas vandalizadas e pichações por graffiti, despertando queixas gerais no apoio a um urgente esforço de intervenção urbanística. 

A onda de ofensivas homofóbicas aconteceu a meados deste mês.

 

Um Comentário

  • Sim Sou

    Paneleiros, e porque não!
    Sim, questão que. Fica entre nós, os que gostamos de dar o cu e os que gostam de nós enganar, mas já sabemos que depois vêm os que gostam de se meter onde não são chamados!