A pergunta foi feita pelo dezanove a Gabriela Moita, em plena Marcha do Orgulho, este Sábado: “A marcha tem um factor de visibilidade importantíssimo, mas sei que também gera reacção contrária, porque algumas pessoas não percebem o que é o ‘orgulho’ e é importante esta surpresa para que as pessoas expliquem o significado da marcha.” A psicóloga marchava junto da comitiva da Associação para o Planeamento da Família (APF). “Estou aqui porque o mundo é diverso e porque enquanto o mundo não for reconhecido como tal e existir norma teremos de fazer estas marchas.”
Gabriela Moita recorda que não há tanto tempo atrás falava-se de homossexualidade na televisão com a cara tapada por máscaras. “O avanço conseguido pelo movimento [LGBT] permitiu tirar as máscaras e dar um novo olhar pelas outras pessoas”. A psicóloga evidencia ainda a diferença entre o cenário passado e o actual: “Hoje nas escolas não se discute a normalidade da homossexualidade. Hoje [com o princípio da igualdade no artigo 13º da Constituição, casamento e lei de identidade de género] falamos de direitos”. E prossegue: “Uma das maiores conquistas foi o surgimento de uma comunidade que se assume e os reivindica, isto é, o poder do exercício de cidadania. Há uma geração que já não questiona tanto e usa as palavras gay e lésbica como antes não usava”. Gabriela Moita sintetiza: “A marcha mostra-nos que há diversidade.”
Paulo Monteiro
2 Comentários
Gonçalo
Thumbs up for Gabriela Moita!
Cesi
Pessoalmente, mesmo sendo homossexual, não me identifico com o circo das marchas LGBT. Por mais que se justifique a necessidade de visibilidade pela diferença, a mesma diferença nas ruas ainda grita (seja homem ou mulher, eu amo quem quiser!)…a mesma diferença não tem necessidade de chamar a atenção por gente exuberante que mais parecem errantes, sem falar nos casais que se mostram a beijar para todos ver?
Isto é reinvindicar direitos ou ajudar a marginalisar porque a minha comunidade exibe esta imagem destemperada?
Admiro o trabalho de muita gente seria, voluntaria que marchou inumeras vezes mas, vir exibir o que queremos que seja banal, só nos rotula de complexados. Sinceramente, só me apetecia esconder quando vi o espalhafato circense de certas pessoas na marcha…