A associação ILGA Portugal anunciou hoje a data para o Arraial Pride 2024: será no Sábado, dia 22 de Junho.
Realizado nos últimos anos na Praça do Comércio / Terreiro do Paço, este evento da responsabilidade da ILGA Portugal tem uma programação que começa pelas 16 horas dirigida a público de varias idades, tem vários espaços para venda de merchandising, comida, bebidas e dar a conhecer o trabalho de outras associações e negócios. É habitual haver uma vasta programação musical.
“Neste momento social e político tão complexo, o Arraial Lisboa Pride adquire então um papel não só de celebração, mas também de ocupação de espaço público e de educação e sensibilização para todas as pessoas que queiram participar. Nunca é demais frisar que o evento é aberto a todas as pessoas, pertençam elas às comunidades LGBTI+ ou não.” diz Daniela Bento, presidenta da Associação.
O evento facilita também um diálogo construtivo e frutífero entre as organizações da sociedade civil e as estruturas de gestão da cidade e do país, juntando várias associações de Direitos Humanos, fomentando o comércio local através da presença de food trucks e bares emblemáticos da cidade e promovendo a visibilidade de artistas e pessoas artesãs queer e aliadas.
Considerando que as identidades LGBTI+ se cruzam tantas vezes com outros marcadores sociais de exclusão, o Arraial Lisboa Pride procura ser também um encontro em que a celebração das vidas LGBTI+ e a reivindicação dos seus direitos se encontra ainda com outras lutas pelos Direitos Humanos, fazendo cada vez mais da interseccionalidade um dos seus pontos de foco.
“O caminho cultural que o Arraial Lisboa Pride tem vindo a fazer é um exemplo desta tentativa de trazer a interseccionalidade para o centro das formas de pensar os direitos LGBTI+, pretendendo valorizar e mostrar que a cultura queer do panorama nacional é rica e diversa, cruzando também nas suas manifestações e agentes com outras comunidades sub-representadas cujos direitos e lutas estão na ordem do dia”, acrescenta Daniela Bento.
O cartaz deste ano terá as atuações de VertGum, Bejaflor e MC Falcona, artistas do coletivo de música eletrónica æ; Sapatrux; DJ Caring; um Ballroom Smackdown trazido por grandes representantes do ballroom em Portugal e DIDI na mesa de DJ; FAG! (Festa com Almada Guerra DJ set); Deize Tigrona; e um show-performance da Casa T, um centro de Acolhimento, sociabilização e autonomia Transvestigênere que tem tido uma contribuição fundamental para a malha cultural queer da cidade de Lisboa. A apresentação dos discursos ficará a cargo de Paolle Berklyn, que contarão também com interpretação de Língua Gestual Portuguesa. Além da programação de palco, o evento conta ainda com atividades direcionadas para famílias e pessoas de todas as idades. A programação comunitária poderá ser encontrada no Pride Center, que dá as boas vindas a quem chega pelo Arco da Rua Augusta, e onde se pode ficar a conhecer o trabalho de outras organizações de Direitos Humanos, participar em atividades comunitárias ou mesmo dar um passinho de dança com a sua programação musical alternativa.
O Arraial Lisboa Pride é patrocinado pela marca idealista, contando também com o apoio das marcas Durex, Jean Paul Gaultier, Fonte de Amores, Easy Jet e The 7 Hotel, tendo uma parceria jurídica com PRA – Raposo, Sá Miranda e Associados, sociedade de advogados, RL, e o apoio à divulgação da Antena 3.
O Arraial Lisboa Pride 2024 será realizado das 16h00 às 02h00 e promete ser um evento inesquecível para todas as pessoas que desejam vivenciar uma atmosfera de celebração, inclusão, diversidade e respeito.
A Marcha do Orgulho LGBTI+ de Lisboa tem uma organização diferente e realiza-se a 6 de Julho.
Artigo editado a 14 de Junho com mais informações sobre o Arraial.
3 Comentários
zé onofre
Boa tarde
Tenho pena que até vós, que vos dizeis descriminados (e não vos tiro a razão), não mostreis orgulho naquilo que temos e que é só nosso, de todos os falantes do português, a nossa Língua. Por quê “Arraial Pride 2024” e não “Arraial Orgulho 2024”.
Zé Onofre
H€NЯIQU€$
“Festa ao ar livre Orgulho 2024”
Evitem as palavras de origem árabe também. 😉
Anónimo
Boa noite, Henriques
Se fosse possível gostaria que na Ibéria, nome de derivado do rio “iber” (atualmente Ebro) se falassem as línguas dos povos autóctones antes das influências fenícias, gregas e das conquistas romanas, visigóticas e árabes. Infelizmente não é possível.
Temos então que a nossa língua deriva das línguas primitivas – temos algumas palavras de origem Basca (que se pensa ser uma das línguas nativas da Ibéria), grega, latina, germânica, árabe e outras adquiridas com as línguas vivas atuais – castelhano, italiano, francês, inglês, e talvez da época dos descobrimentos algumas de raiz asiática oriental, do Brasil, de África, …
Mas terem essa origem é próprio de uma língua que se enriquece em contacto com outras culturas.
Não podemos fugir dessas influências sejam elas quais forem.
O que me desgosta é o uso de palavras estrangeiras, sejam de que língua for, pelas razões que passo a explicar.
1ª – Antes de usarmos qualquer palavra estrangeira devemos certificarmo-nos se não existe em Português uma palavra que evite usar a estrangeira.
2ª – Que não se usem tendo como justificação “é um evento internacional”. Aqui, por maior razão se deveria usar o Português e não mostrar subserviência que cheira a país colonizado.
3ª – Que se usem por razões comerciais. Mais uma vez mostramos que somos um povo colonizado.
4ª – Porque é mais fino e soa melhor. Neste caso é mostrar parolice e uma subserviência rastejante.
Uma boa semana,
Zé Onofre