A Conferência Internacional organizada no âmbito do EuroPride trará alguns oradores e activistas para debater o estado dos Direitos Humanos em Portugal e no Mundo. O destaque vai para a brasileira Erika Hilton que encerra o evento de dois dias no Cinema São Jorge.
Citando o comunicado da organização do evento, que se realiza entre 19 e 20 de Junho, serão debatidos temas “fraturantes” como a defesa dos direitos humanos e a igualdade LGBTI+, a Saúde Mental das minorias, Combate à Desinformação; Direitos LGBTI+ e Turismo ou Desporto Inclusivo.
Entre os oradores convidados encontramos nomes como Inês Narciso, ex assessora do Primeiro-Ministro, com experiência na monotorização de campanhas de desinformação; Carlos Reis, até agora Deputado do PSD; Sofia Moreira de Sousa, Chefe da Representação da Comissão Europeia em Portugal e Miguel Vale de Almeida, Antropólogo e Professor Catedrático com trabalhos de pesquisa sobre questões de género e sexualidade e ex deputado.
Dos oradores internacionais o destaque vai para Julian Honkasalo, teórico político e investigador sénior em estudos de género na Universidade de Helsínquia; Egerton Neto, especialista brasileiro na ligação entre tecnologia e os direitos das pessoas LGBTQI+; Patrick Orth Presidente e Coordenador da EuroPride da Associação Europeia de Organizadores de Pride (EPOA) e dirigente no Departamento de Prevenção para HSH na Aidshilfe NRW, na Alemanha; Ymania Brown, Directora Executiva da Transgender Europe e Co-Presidente da InterPride, tendo desempenhado funções anteriores na Equality Australia e na ILGA World; e ainda Erika Hilton, parlamentar pioneira e activista LGBTQIA+ brasileira. Erika fez história ao tornar-se a primeira mulher negra trans eleita para o Congresso Federal do Brasil e a primeira mulher trans a liderar uma bancada parlamentar.
Muitos dos seus discursos já se tornaram virais e icónicos pela sua combatividade.
Numa altura em que direitos conquistados pela comunidade LGBTI+ estão a ser postos em causa em todo o mundo, Lisboa pretende ser o palco de uma mobilização internacional, determinada a travar a maré de retrocessos que ameaça décadas de progresso.
A conferência do EuroPride realiza-se num momento em que todas as associações portuguesas de defesa dos Direitos das pessoas LGBTI+ estão desligadas do evento que, pela primeira vez, se realiza em Portugal. As acusações à Variações, a única entidade responsável pela organização do evento têm subido de tom. Para além da desvinculação das principais associações portuguesas como a ILGA Portugal, rede ex aequo e AMPLOS, da organização do evento, já esta semana somaram-se os esclarecimentos da Opus Diversidades e do Clube Safo sobre a sua não participação no evento. Alegações de pinkwashing, ligações ao Sionismo e falta de envolvimento à comunidade LGBTIQA+ em Portugal são as principais razões para o boicote.
A Variações já desmentiu as acusações.
“Num momento como este, acreditamos que é mais urgente do que nunca reforçar a união, a solidariedade e a visibilidade da nossa luta.” declara a organização.
A entrada nas diferentes actividades do Europride 2025 é gratuita, mediante um registo.