Pela primeira vez, Diogo Infante falou à imprensa sobre a criança que adoptou. No Verão do ano passado tinha já sido noticiado nas revistas do social que o então director do Teatro Nacional Dona Maria II tinha adoptado uma criança de 8 anos.
Na edição deste Sábado da Revista do semanário Expresso, o actor e encenador, que tem 44 anos, falou pela primeira vez sobre Filipe e o processo de adopção. “Podia não dizê-lo agora, podia dizê-lo noutra altura. Escolhi este momento e esta entrevista porque quero que seja público e com dignidade. Adoptei uma criança. Tive um filho. Tenho um filho”, declarou Diogo Infante, a propósito do filho que tem agora 9 anos. “Tem sido uma dávida maravilhosa exercer a paternidade na sua plenitude com tudo o que isso pressupõe e, por outro, tem sido o redefinir das prioridades. Olhar para o mundo e para mim e pensar que tudo mudou”, prossegue na mesma entrevista.
A propósito da experiência da parentalidade refere: “Não consigo expressar sem me emocionar o quanto ele me dá a mais do que eu lhe dou. Todos os pais dizem isto, eu sei, mas é preciso vivê-lo para o sentir na pele. Sinto-me muito abençoado”.
6 Comentários
Pereira
Parabéns & Felicidades ao Diogo e à sua família!
SIT
O Diogo já se assumiu publicamente?
É que quando esse assunto calha numa conversa há sempre muita gente espantada e não crente…
Quanto à adopção, que bom para ele e para a criança. Mas muitas questões se levantam. Nada tem a ver com a orientação sexual, mas com a adopção em si. Se em Portugal dificulta-se TANTO uma adopção a um CASAL com RENDIMENTOS, imagino que mais difícil ou impossível seria para um SOLTEIRO, com rendimentos, e GAY…
Aqui está a curiosidade.
Sou outra curiosidade(zinha): do pouco que se ouve falar de gays/lésbicas com filhos adoptados tenho a sensação que a opção de género da criança recai sempre na semelhante. A ser uma tendência, tem alguma razão especial de ser?
Felicidades.
nelson camacho
Aqui ali e acolá já falei sobre este grande artista-encenados, por razões várias inclusive quando foi obrigado a afastar-se da direção do Teatro Nacional. Dou os parabéns ao grande Actor Diogo Infante pela sua frontalidade perante um assunto tão melindroso. Cristiano Ronaldo optou por uma barriga de aluguer, este optou por uma adoção. São formas diferentes de arranjar um filho. Eu vou mais pela adoção, mas cada caso é um caso.
Para ambos que sejam na realidade dávidas vindas dos seus conscientes. Nelson Camacho
Coisa Coisa
Recai sempre na semelhante? Explique-me lá isso melhor, por favor. É que não entendi nem nunca vi que orientação sexual fosse uma tendência. Explique-me a sua teoria que, como tantas outras, tanto contribui para o preconceito que há para com a comunidade LGBT.
ana
A minha resposta vai no sentido de responder a um comentário feito aqui e que, se bem percebi, questionava sobre se a adopção gay influenciava os filhos a serem gays também e se sim, que mal teria.
Bem, antes de mais a palavra “tendência” que usou é errada. Nós temos tendências sobre gostos, não sobre coisas inatas. Um homossexual não escolhe sê-lo, logo não apresenta nenhuma “tendência”.
Após este esclarecimento, a premissa de que pais homossexuais criarão filhos homossexuais não podia ser mais errada.
Se sim, o contrário também seria verdade (pais hereto criam filhos hetero) – sabemos que isso não acontece.
Quanto muito, filhos de casais homo teriam mais facilidade em assumir-se porque encontrariam tolerância, compreeensão e respeito nos pais que teriam.
Há também a falácia de que há mais homossexuais hoje em dia. Não há, há sim conquistas feitas ao longo do tempo pela comunidade LGBT.
No entanto, ainda há muita gente a viver na clandestinidade, que tem vergonha ou medo de sair do armário, porque a heterossexualidade imposta e as expectativas familiares empurram-nos para uma vida fingida.
Não haveriam por isso mais homossexuais. Haveriam pessoas sem medo.
Não haveria tolerância, porque no fundo não temos de “tolerar” nada.
Haviam pessoas… e amores… e vidas… diferentes mas iguais!
Beijinhos,
Ana
nelson camacho
Minha amiga Ana se assim o permite, mas depreendo que todos os que vêm a este blogue serão amigos na medida em que por este ou outra razão tentam lutar por algo que acham certo independentemente da sua orientação sexual.
1. Ponto – Quando alguém fala de “tendência sexual” não só é ignorante como a sua vida sexual não está bem resolvida. Gostei da sua resposta.
2. Ponto – Em princípio todos os gays são filhos de casais hetro, aliás, de outra maneira não podia ser. Incluindo as barrigas de alugue e outras formas.
3. Ponto – Quanto aos gays se assumirem, isso é outra conversa que levaria muito além e não é aqui o local certo. Nada tenho a ver com isso. Posso dar os meus parabéns a que o divulga, no entanto não acho necessário. Eu sei que o amor é muito difícil, mas nem um heterossexual anda dizendo a todo o mundo que o é assim como uma puta (agora designada por “trabalhadora do sexo”) o anda a divulgar.
4. Ponto – Sendo a homossexualidade, uma variante da prática do sexo essa só interessa a dois, pois como dizia a minha avó “Na cama não há programa” seja hetro, bi ou gay.
5. Ponto – Tal como por força de questões económicas há quem tenha dois empregos diversificados também acho que no campo da sexualidade todos têm o direito de escolher a sua forma de estar na vida.
6. Ponto – Conheço muitos bissexuais e homossexuais, alguns sempre foram outros descobriram esses prazeres mais tarde e são pessoas dignas e capazes na sociedade.
7. Estou-me nas tintas se são ou não isto ou aquilo tenho respeito por todos da mesma maneira assim como espero que todos tenham por mim derivado às minhas opiniões.
8. Se são diferentes, Não tenham medo de o ser. A vida é curta de mais para nos chatearmos.
9. Agora aquela de “tendência” faz-me rir.