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Prós e Contras: o que se passou no debate da co-adopção (com vídeo)

Esta segunda-feira o tema da co-adopção esteve em debate na RTP. O programa apresentado pela jornalista Fátima Campos Ferreira iniciou com a síntese do projecto de co-adopção recentemente aprovado no Parlamento na voz da sua primeira subscritora, Isabel Moreira.

 

A deputada explicou no que se traduz o avanço na lei, dando como exemplos casos práticos e a recente sanção à Áustria por parte do Tribunal Europeu dos Direitos Humanos por não contemplar legislação à agora discutida em Portugal.

Marinho Pinto começou por tecer vastos elogios ao pai, à mãe e à própria Isabel Moreira para, de seguida, explicar que não é possível existirem famílias com dois pais ou duas mães. Para o bastonário da Ordem dos Advogados, só graças à existência do pai e da mãe de Isabel Moreira é que esta é uma pessoa maravilhosa. Marinho Pinto não abdicou em todo o debate do modelo típico de família (um pai e uma mãe) esgrimindo que a bancada favorável ao projecto de co-adopção se preocupa apenas com os direitos dos homossexuais e não com o direito das crianças.

Paulo Côrte-Real, da associação ILGA Portugal, apontou as considerações de Marinho Pinto como altamente ofensivas para as muitas famílias e crianças que já existem no seio de famílias constituídas por casais do mesmo sexo, dado que sustentam discriminação e a sua incapacidade de criar crianças.

Luís Villas Boas, do Refúgio Aboim Ascensão, concordou com os termos semânticos da lei trazendo ao debate uma lei aprovada em Massachussets, EUA, que permite, há cerca de 30 anos, a co-adopção junto de casais do mesmo sexo. No entanto, Vilas Boas defende o direito à criança à identificação com uma mãe e um pai.

Na plateia intervieram igualmente vozes prós e contra o tema. “Temos de parar de fazer leis de experimentalismo social”, “Estas leis são fotografias sociais e fazem-se para determinadas pessoas”. “92 mil pessoas pediram um referendo à lei do casamento entre pessoas do mesmo, mas apenas 916 casais gays casaram” foram alguns dos argumentos proferidos por um dos porta-vozes da bancada do contra, que relembrou que é necessário rever as “6 leis do governo Sócrates”.

 

As frases do programa

“Tem o direito a esconder um pai às suas filhas?” Marinho Pinto para Elisabete Pereira Ferreira que está grávida de gémeas e casada com Luísa Ferreira Pereira

“O Estado não tem o direito de nos proibir a alargar a nossa família”, argumentou a mulher de Elisabete.

“As crianças abandonadas actualmente em instituições não foram abandonadas por homossexuais” Elisabete Pereira Ferreira

“Este projecto é discriminatório porque restringe o direito a um pai e uma mãe” – Inês Avelar, que voltou a referir a expressão “experimentalismo social” decorrente da aprovação desta lei.

Pedro Pestana Bastos: “todos fomos gerados de um pai e uma mãe e nenhuma lei pode mudar isso.”

A jornalista Fernanda Câncio relembrou que os tribunais portugueses entregam “há décadas a guarda de crianças a casais do mesmo sexo.”

Marinho Pinto, falou ainda do lobby gay na sociedade portuguesa:  “O movimento LGBT é enorme, […] ocupam altos cargos no Estado, as pessoas LGBT condicionam as decisões e a influir no aparelho do Estado e na comunicação social.”

“Não neguem aquilo que a natureza instituiu: um pai e uma mãe”, pediu variadas vezes Marinho Pinto

No final do programa Luís Vilas Boas rematou com um apelo: “Votem na Assembleia da República contra o projecto de lei na especialidade”

 

Fátima Campos Ferreira prometeu voltar ao tema que ocupou duas horas de discussão na televisão pública. O programa desta segunda-feira pode ser acedido na íntegra aqui.

 

8 Comentários

  • c.branco

    É inacreditável que em pleno séc. XXI, ainda seja possível ouvir publicamente discursos intolerantes que refletem a ignorância intelectual de quem não tem o mínimo de respeito pelo Outro. Eu enquanto ser humano, lésbica, cidadã portuguesa que trabalha em prol do desenvolvimento da sociedade tenho o direito de constituír família. Também tenho direito a que o estado português promova e ponha em prática todas as formas de lei que protegam a minha família. O que é anti natural é não o fazer. É preciso fazer mais, ir mais além. Irá sempre haver opiniões a favor ou contra, mas a realidade não é feita de opiniões é feita de pessoas reais, seres humanos que precisam de ver os seus direitos assegurados, pois vivemos numa era em que o conhecimento e a história nos ajudam cada vez mais a ser aquilo que sentimos e acreditamos. RESPEITAR O OUTRO é algo tão importante, tão nobre e é essa capacidade intelectual e social que nos define enquanto seres pensantes que nos distancia da irracionalidade.

  • Fernando Manuel Roma Vieira Ferreira

    Essa Isabel Moreira não tem noção do actual mundo em que vivemos. Acrescentando a uma leiga ignorância que demonstra a sua inaptidão para poder estar à frente de qualquer cargo de relevada importância no nosso País.

  • paula

    Concordo com a adopção de crianças por homossexuais. O que é preferível? Uma criança numa família de homossexuais que vai receber amor, carinho, educação e ter uma mente mais aberta e aprender a respeitar os outros, ou uma criança num orfanato a sofrer pedofilia que aos 18 anos é expulso do orfanato e tem de se virar sozinho? Queremos pessoas melhores formada ou mais “Bibis”???

  • nelson camacho

    Obrigado pelo seu discernimento sobre o assunto em questão. Eu que escrevo sobre o assunto em vários locais só tenho pena que ainda não a tenha visto por lá. Que bom foi ler este texto de revolta perante tantos imbecis. Eu não faria melhor. Obrigado por ser um ser humano com os pés assentes na terra e sem medos, Nelson Camacho

  • Maria

    O seu discurso é muito bonito, pena ser altamente incoerente: condena a intolerância , fala do respeito ao outro e depois quer retirar ao Sr Bastonàrio , e mim e às pessoas q sao contra o casamento e co-adopçao por pares homossexuais de terem a sua opiniao, achando muito escandaloso q se pense assim! Além disso, como quer vc constituir familia??? Se assume a sua homossexualidade, nao esqueça q isso é apanàgio exclusivo de um casal normal ( sim pq a norma é essa HOMEM/MULHER! ) Como quer a senhora ser lésbica e depois constituir familia se sabe q de 2 ovulos jamais nascerà um ser??? E acalme a sua arrogância ao se achar dona de toda a intelectualidade e respeito pelo outro, negando essas mesmas qualidades a quem pensa o contràrio de si…

  • Zé da Burra o Alentejano

    Marinho Pinto não concorda e eu estou a seu lado nesse assunto ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

    Assim como um qualquer padre católico apostólico romano se conforma com o facto de não poder casar e de ter filhos, como consequência da sua livre escolha de aderir àquela religião; também todos os “casais” homossexuais devem fazer o mesmo letativamente ao desejo de ter filhos. Conseguir os filhos por inseminação artificial, barrigas de aluguer ou por adoção são formas ardilosas de ultrapassar um impedimento imposto pela NATUREZA aos “casais” homossexuais, que sabem, quando decidem juntar-se, qual será o preço a pagar: NÃO PODERÃO PROCRIAR.

    Devem poder constutuir-se como uma família e ter os mesmos direitos que um qualquer casal heterossexual, exceto na questão de ter filhos. Não devem ser discriminados em mais nada, mas quanto a conseguir ter filhos após a união homossexual, NÃO! A NATUREZA (OU DEUS) DEIXOU ESSA FUNÇÃO PARA A UNIÃO DE UM MACHO E DE UMA FÊMEA.

    Apesar do casamento homossexual ser autorizado em muitos estados e países, como Portugal, não deixa de acontecer em casos pontuais e, acordo com as estatísticas, no nosso país o casamento gay estará até a diminuir. Como a opção homossexual não é a normal, há uma qualquer anomalia mental que diferenciam os homossexuais dos restantes seres da mesma espécie: escolhem para parceiro elemento do mesmo sexo. Também há países em que uma relação homossexual é ainda motivo para PENA DE MORTE, o que é também um exagero. Não concordo obviamente com isso, mas considero que a ligação de dois de seres do mesmo sexo não deveria apelidar-se de casamento, pois não os considero um como verdadeiro casal mas tão só um par (ou parelha se preferirem).

    Há quem ligue este assunto à “Carta Internacional dos Direitos Humanos”, mas onde é que se encontra lá referido o direito de adoção por casais homossexuais?

    Alguns partidos políticos decidiram aproveitar essa franja de eleitores e é apenas por isso que apoiam todos os pontos de vista que os homossexuais querem impor. Assim, como há partidos políticos que são capturados por máfias criminosas e por lóbies, outros há que se deixam capturar por estes grupos.

  • Zé da Burra o Alentejano

    Marinho Pinto não concorda e eu estou a seu lado nesse assunto ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

    Assim como um qualquer padre católico apostólico romano se conforma com o facto de não poder casar e de ter filhos, como consequência da sua livre escolha de aderir àquela religião; também todos os “casais” homossexuais devem fazer o mesmo retativamente ao desejo de ter filhos. Conseguir os filhos por inseminação artificial, barrigas de aluguer ou por adoção são formas ardilosas de ultrapassar um impedimento imposto pela NATUREZA aos “casais” homossexuais, que sabem, quando decidem juntar-se, qual será o preço a pagar: NÃO PODERÃO PROCRIAR.

    Devem poder constutuir-se como uma família e ter os mesmos direitos que um qualquer casal heterossexual, exceto na questão de ter filhos. Não devem ser discriminados em mais nada, mas quanto a conseguir ter filhos após a união homossexual, NÃO! A NATUREZA (OU DEUS) DEIXOU ESSA FUNÇÃO PARA A UNIÃO DE UM MACHO E DE UMA FÊMEA.

    Apesar do casamento homossexual ser autorizado em muitos estados e países, como Portugal, não deixa de acontecer em casos pontuais e, acordo com as estatísticas, no nosso país o casamento gay estará até a diminuir. Como a opção homossexual não é a normal, há uma qualquer anomalia mental que diferenciam os homossexuais dos restantes seres da mesma espécie: escolhem para parceiro elemento do mesmo sexo. Também há países em que uma relação homossexual é ainda motivo para PENA DE MORTE, o que é também um exagero. Não concordo obviamente com isso, mas considero que a ligação de dois de seres do mesmo sexo não deveria apelidar-se de casamento, pois não os considero um como verdadeiro casal mas tão só um par (ou parelha se preferirem).

    Há quem ligue este assunto à “Carta Internacional dos Direitos Humanos”, mas onde é que se encontra lá referido o direito de adoção por casais homossexuais?

    Alguns partidos políticos decidiram aproveitar essa franja de eleitores e é apenas por isso que apoiam todos os pontos de vista que os homossexuais querem impor. Assim, como há partidos políticos que são capturados por máfias criminosas e por lóbies, outros há que se deixam capturar por estes grupos.

  • a

    E quantos padres púdicos e que “espalham” a palavra de Deus, engravidam, violam e obrigam as pessoas a submeterem-se a um aborto para esconder essa situação?
    Também está escrito que por terem envergado esse caminho podem violar a carta dos direitos humanos?