A edição de Julho da revista África 21 escolhe como tema de capa a homofobia que assola o continente africano, mas também fala de outras notícias sobre a temática LGBT que chegam daquele continente.
Se por exemplo a África do Sul tem legislado garantindo direitos aos homossexuais, há outros países como a Mauritânia, Sudão, Somália, Burundi, Sudão do Sul, Nigéria, Libéria ou Uganda onde ou existe pena de morte ou aumentaram as punições. “África é o continente mais homofóbico. Todos os anos, milhares de homossexuais são discriminados, perseguidos, detidos ou mortos. Mas mesmo perante as dificuldades, há quem continue a assumir a diferença e o ano passado registou-se na África do Sul o primeiro casamento homossexual na etnia Zulu.” pode ler-se online.
Para além de um enquadramento histórico o artigo de capa chama a atenção para a homofobia na actualidade. Um dos exemplos retratados é a situação vivida pelos zambianos James Mwape e Philip Mubiana, detidos há mais de um ano. Os dois homens foram acusados de terem mantido relações sexuais e estão presos a aguardar julgamento. A aventura neste país pode custar-lhes 14 anos de prisão. A propósito deste caso, a revista também ouviu a responsável pela Amnistia Internacional na Zâmbia: “Estes homens já passaram mais de um ano presos, sendo-lhes recusada a liberdade condicional num caso em que são acusados de algo que não deverá constituir crime. Deter pessoas com base na sua orientação sexual, real ou não, não é aceitável e constitui uma violação flagrante do direito internacional e da justiça”.
Também referido no artigo da África 21 está um estudo sobre a homossexualidade, publicado em 2013 pelo Pew Research Center, que chega à conclusão que por exemplo na Nigéria com 98% da população não aceita a homossexualidade. A Nigéria é seguida de perto por países que alinham pelo mesmo diapasão com percentagens superiores a 90% como o Senegal, Gana, Uganda, Egipto, Tunísia ou o Quénia.
O artigo de fundo da revista fala ainda da recente eleição de Sam Kutesa, das posições extremistas de Robert Mugabe, da herança histórica africana e da sida neste continente.
A revista angolana também está à venda em Portugal.
2 Comentários
Fernando
Não sou nada racista, tanto me enrolo com branco como com um negro lol.
Mas temos que ver que eles estão 100 anos atrasados em tudo. Na mentalidade, na religião, na saúde ,na educação, na civilização etc… negar isto é não querer ver a realidade.
Eu acho que vai mudar em tudo isso nunca ao mesmo tempo que o resto do mundo. Por exemplo em Portugal e Espanha à 50 anos atrás a homossexualidade também era criminalizada. Bem haja a estas revistas que mostram ao mundo este atraso.
pedro (Brasil)
estamos na luta em prol da cidadania espero que moçambique, angola, guiné bissau e outros países de lingua portuguesa atue na cidadania lgbt