Depois de Manuel Luís Goucha, outra figura pública foi vítima de insultos homofóbicos e o episódio é popularizado… pelo bom humor na resposta.
Foi com ironia que o manequim Luís Borges decidiu responder a um comentário insultuoso na sua página do Facebook relativamente à parentalidade, com o seu marido, Eduardo Beauté, dos dois filhos adoptivos, Bernardo e Lurdes.
Começando por escrever “é muito triste e lamentável que as crianças estejam a viver num ambiente assim”, Tiago Baggio (assim se identifica o utilizador do Facebook e que não possui qualquer foto de perfil) lançou mão de um discurso de ódio em que chegou a instigar que “devia ser o povo a espancar estes dois paneleiros”. Um ataque prontamente respondido por Luís Borges, o comentário destacou-se pelo sarcasmo com que se apropriou do insulto: “Lamentável é este seu comentário. escondido atrás de um computador. Deixe-me adivinhar… quis ser manequim e não conseguiu? Ou gosta de homens e não se quer assumir? Os meus filhos graças a Deus são muito amados, já você não me parece (…). É este tipo de comentários que me faz perceber que a minha felicidade, tanto pessoal como profissional, incomoda muita gente! E se quiser um corte de cabelo, o ‘paneleiro’ no meu marido pode-lhe fazer isso, mas não se esqueça que milagres não existem! ;)”.
Em menos de 12 horas a resposta de Luís Borges gerou mais de 5000 likes e mais de 800 comentários.
Mónica Guerreiro
5 Comentários
Miguel R
Infelizmente esses comentários são o mais comum pelas “internets”, E não há-de ser o primeiro nem o último que ele recebeu.
Na cabeça destas pessoas era melhor ter as crianças num orfanato ou na rua a pedir esmola do que com dois “paneleiros”.
Boa resposta a dele 🙂
rute
És grande….grande resposta, é por isso que te admiro, ti e ao Eduardo. Beijinhos
zyta
Ignorem por favor.. Só quem trabalha com crianças, sabe o quanto e importante e o amor nas crianças. Obrigada pelo amor que dão aos vossos filhos. Beijinhos
Miguel
O mais importante , é sabermos quem somos e para o que estamos cá , concluído e resumindo , aceitarmo nos e aceitarmos os outros ; a partir dessa consciência vivemos em Amor , …..mas …..quem não se aceita , infelizmente vive em eterno ódio de si próprio e para com os outros , raivas , ressentimentos etc . Que o Amor esteja sempre connosco. Shalom
Nevins
Correcção Necessária:
Não são Filhos Adoptivos de facto, pois a Lei não o Permite Descrimina sim, tendo por base a Orientação Sexual dos Conjúges.
São antes Menores, crianças, que se encontram sob a sua guarda, sem qualque vínculo afectivo de facto.
Estão em teoria, sob a sua guarda até à maturidade, caso não haja qualquer objecção – como por exemplo um familiar de facto, ainda que distante, pedir a sua guarda.
É particularmente humilhante a situação tal como legalmente existe,pois os tutores estão sempre sujeitos a qualquer possivel mudança inesperada.
E não está de todo reservado, o Maior Interesse da Criança, pois a estabilidade afectiva é essencial ao desenvolvimento salutar do carácter.
Há ainda a questão da excessiva e humilhante burocracia diária a que se está sujeito.
O acesso a Cuidados de Saúde ou à Educação prevê um excesso de documentação e a elaboradas justificações formais e não formais. Algo a que a um casal adoptante seria impensável colocar-se.
É necessário justificar a Origem da Criança, o Nome da Criança, a Proveniência da Criança.
Demonstrar através de Acordãos Judiciais a atribuição da Guarda, o Porquê da Guarda – ou seja, ó cúmulo situacional.
Aqui também não está salvaguardado o Maior Interesse da Criança, pois leva a maior tempo no atendimento a cuidados essenciais ou mesmo emergentes.
Falta Ciência na Legislação, não o Preconceito.