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Qual é a tua opinião sobre o comprimido que previne a infecção pelo VIH?

Um estudo levado a cabo pela Faculdade de Ciências Sociais e Comportamentais da Universidade de Amesterdão, e que conta com o GAT como parceiro de divulgação em Portugal, quer saber o que pensam os europeus sobre a PrEP.  

 

O inquérito online Flash! PrEP in Europe permite dar opinião sobre esta nova ferramenta de prevenção da infecção pelo VIH. “O seu contributo será útil para PrEParar um mundo sem SIDA”, dizem os responsáveis pelo estudo. O inquérito demora cerca de 20 minutos a preencher e está disponível em http://tinyurl.com/prepineurope A participação é voluntária, anónima e permitirá compreender melhor a utilidade da PrEP na Europa.

A PrEP (profilaxia pré-exposição) já está disponível em vários países (França, Estados Unidos da América, Canadá, Quénia, Tailândia e África do Sul, entre outros). Este questionário está a ser realizado em onze países europeus em simultâneo.

Este estudo científico permitirá aos investigadores conhecer as actuais questões de saúde sexual relacionadas com a prevenção da infecção por VIH e como lidar com as mesmas junto das populações chave. O objectivo final passa por advogar a melhoria da saúde sexual das pessoas em situação de maior vulnerabilidade à infecção por VIH.

Os participantes têm de ter idade igual ou superior a 18 anos e serem seronegativos para a infecção por VIH.

No segundo semestre de 2016, os resultados irão estar disponíveis e os interessados poderão receber as conclusões do estudo por e-mail.

 

Para obter mais informação sobre o estudo podes contactar os investigadores principais através de [email protected]

 

12 Comentários

  • Filipe

    Sou a favor mas como médico tenho muitas dúvidas que o nosso SNS esteja preparado. Para um programa destes funcionar os MSMs têm efectivamente de assumir que o são e procurar acompanhamento médico. E isso não sociedade portuguesa é muito, muito complicado. Há muito medo, e é um medo irracional!

    Seria interessante tentarmos replicar o modelo da Dinamarca, que conseguiu tornar insignificante a incidência de HIV nos MSMs, ou seja, quase anulou o número de novos casos sem recorrer ao Truvada. Para isso, conseguiu que os MSMs fossem (quase) todos testados para HIV e iniciaram de imediato o tratamento.

    Será que o teste ao HIV deveria ser obrigatório para toda a população adulta? Se o fosse poderíamos quase anular o número de novos casos e aumentar as probabilidades de um dias essas pessoas infectadas serem curadas. E se combinássemos uma medida deste tipo com o Truvada poderíamos tornar a doença residual até 2050, isto contando que não haverá cura até lá.

    Por que não o fazemos? Falta vontade política e há muitas resistências entre os profissionais de saúde mais velhos, logo mais conservadores.

  • Anónimo

    Pagar balúrdios para se divertirem é desperdício de dinheiro.
    Usem mas é preservativo e deixem-se de frescuras!
    Coitados nem se apercebem que são fantoches dos laboratórios.

  • Anónimo

    Olha o slut-shaming fresquinho. Como é que o dezanove aprova este tipo de comentários?

  • Filipe

    Que comentário ridículo. Caso não saiba por vezes há acidentes, o preservativo rebenta por isso não é 100% seguro. Além do mais no sexo oral é muito difícil mobilizar as pessoas para fazerem com preservativo. O Truvada prevenirá o contágio em casos de acidente ou no sexo oral (embora o contágio pelo sexo oral seja muito reduzido também ocorre ocasionalmente).

    Neste momento temos todos os mecanismo para termos quase zero novos casos por ano, basta agora haver vontade política. Portugal não pode ficar para trás, isto é uma questão de saúde pública. A Dinamarca já conseguiu chegar quase aos 0 novos casos por ano e nem introduziu o Truvada.

  • Anónimo

    “A Dinamarca já conseguiu chegar quase aos 0 novos casos por ano e nem introduziu o Truvada”
    Ai e tal, a PREP é que é… a Dinamarca tem quase 0 casos e nem usa a PREP.
    Tiro no pé!

  • Filipe

    O Truvada está recomendado em estudos feitos nos EUA com uma relação custo-benefício muito favorável em grupos de risco. Esses grupos de risco são por exemplo os trabalhadores do sexo ou os MSMs com comportamento mais promíscuo. É mais uma arma contra o HIV. Por questões de custos numa primeira fase não seria disponibilizado a TODOS os MSMs mas àqueles que estão mais expostos e que já referi: MSMs com muitos parceiros, trabalhadores do sexo e casais em que um dos membros é seropositivo e o outro não é.

    Há quem prefira fazer um julgamento moral. Eu condeno o sexo desprotegido e tenho algumas reticências em relação ao trabalho sexual. MAS atitudes condenatórias na prática não resolvem nada. Empurram as pessoas para o secretismo e acabam por ter um efeito muito perverso: o estigma aumenta ainda mais o número de casos de HIV. E o que pretendo como profissional de saúde é que o número de novos casos desapareça.

    Apontar o dedo, criticar, «falar mal», condenar, tudo isso dificulta a vida aos médicos e aos enfermeiros. Pois as pessoas escondem-se ainda mais, têm medo, não procuram aconselhamento médico. O The Guardian revelou recentemente que os LGBTs têm piores indicadores de saúde. E tudo deriva do estigma, da falta de informação e da carência de investimento público em grandes campanhas de prevenção e de saúde pública.

    Portanto apesar da Dinamarca ter atingido quase os zero novos casos por ano sem Truvada continuo a defender que seja feita a sua introdução em Portugal para grupos de risco.

    Uma política pública mais agressiva em termos de prevenção para o HIV poupará a longo prazo milhões de euros ao nosso SNS, mas acima de tudo serão vidas que serão salvas de décadas de estigma, medo e sofrimento. E isso não tem preço e é o mais importante.

  • Ben Nevins

    Não são Grupos de risco . . . são Comportamentos de risco ! . . .
    Há em Portugal também quase zero novas infecções, basta consultar o relatório do CheckpointLx ! . . . No entanto não será real, pois quem tem Comportamentos de risco não fará o teste tão espontaneamente.
    O mesmo acontecerá na Dinamarca, certos grupos como os migrantes não farão certamente o teste facilmente – quando ensinados que tais Comportamentos potencialmente de risco são pecado, ou imorais ou . . .

  • Anónimo

    Ó Filipe tu decide-te, pá!
    Umas vezes és médico, outras és professor do secundário, outras és enfermeiro…

  • Filipe

    Não há comparação possível com a Dinamarca! Lá o Governo conseguiu pôr quase todos os MSMs a fazer análises regulares ao HIV. E em Portugal? As maioria dos casos são diagnosticados já tarde, ao fim de uns anos.

    «A epidemia de HIV/sida está a abrandar no espaço de 29 países que constituem a União Europeia/Espaço Económico Europeu: o número de novos diagnósticos subiu apenas 1%. Portugal enquadra-se nesta tendência de desaceleramento, mas há um sinal de alerta que remete para a realidade dos diagnósticos tardios: é o terceiro país com a maior taxa de novos casos de sida (a fase mais avançada da doença), regista o relatório onde o Centro Europeu para a Prevenção e Controlo das Doenças (CEPCD) e a Organização Mundial de Saúde (OMS) da Região Europeia fazem o balanço da infecção com base em números do ano passado.»

    https://www.publico.pt/sociedade/noticia/portugal-e-o-terceiro-pais-europeu-com-maior-taxa-de-novos-casos-de-sida-1614132

    Sabe-se hoje que o tratamento deve começar logo após o diagnóstico positivo, para aumentar as chances futuras de uma cura funcional e para que as pessoas tratadas tenham menor risco de transmitir o vírus.

    «Worldwide, about 35 million people are living with HIV. The World Health Organization and the Joint United Nations Programme on HIV/AIDS plan to use an approach called “treatment as prevention” to eliminate the global pandemic, which the WHO says will have occurred when only one person out of 1,000 becomes infected each year.

    Now, a nearly two-decade analysis by researchers from UCLA and Denmark yields the first proof that the approach could work.

    Reviewing Danish medical records, they found that the treatment-as-prevention strategy has brought Denmark’s HIV epidemic to the brink of elimination. The study found that in 2013, the country had only 1.4 new HIV infections per 1,000 men who have sex with men, Denmark’s major risk group.

    “The Danes have done what nobody else in the world has been able to do,” said Sally Blower, the study’s senior author and the director of the Center for Biomedical Modeling at UCLA. “They have almost eliminated their HIV epidemic, and they have achieved this simply by providing treatment.”

    (…)
    The team calculated that by 2013, when the epidemic was close to elimination, there were only approximately 600 men in Denmark who have sex with men, and who were infected with HIV but had not been diagnosed.

    “Now that the number is so low, it would be fairly easy to do a social media campaign and get these men to be tested,” Palk said. “If they accepted treatment, it would essentially end this epidemic.”»

    http://newsroom.ucla.edu/releases/eliminating-hiv-possible-ucla-danish-researchers-explain-how

    Como é que seria possível fazer isto em Portugal? Não sei. É que nós temos o cardápio todo das leis políticas mas em termos de políticas de saúde pública para LGBTs estamos ao nível do Terceiro Mundo. Quantos MSMs há em Portugal? Não conheço um único estudo bem feito que dê uma indicação. Mais. Os portugueses mentem nos questionários e mentem muito. E sei disto porque já fiz estudos epidemiológicos. E conhecia algumas das pessoas que participaram. Para o modelo dinamarquês funcionar aqui teríamos de ter a participação dos MSMs. E teríamos? Provavelmente não, pois a maioria estão escondidos, têm medos irracionais e nem ao médico conseguem assumir os seus comportamentos sexuais. Além disso há uma geração de médicos ainda muito conservadora que não está preparada para abordar a temática da saúde LGBT. E isto deve passar a ser a prioridade em Portugal agora que as leis da «agenda LGBT» estão todas aprovadas.

  • Anónimo

    “Umas vezes és médico, outras és professor do secundário, outras és enfermeiro…”
    Sabia que há mais que um Filipe no mundo?

  • Ben Nevins

    É baseado numa projecção matemática complexa, não no número efectivo de ocorrências – é análise estatistica complexa pura .
    “For the current study, the researchers used an approach called CD4-staged Bayesian back-calculation to determine the number of Danish men who have sex with men, and who had become infected with HIV each year between 1995 and 2013. They found that the number of infections has been decreasing since 1996, when effective HIV treatments were introduced in Denmark. They then measured the correlation between the decrease in the number of HIV infections each year and the increase in the number of people who began treatment, and they found that the two were highly correlated.”
    Tal como está explicitado mais abaixo :
    “The team calculated that by 2013, when the epidemic was close to elimination, there were only approximately 600 men in Denmark who have sex with men, and who were infected with HIV but had not been diagnosed.”
    Concluindo depois que :
    “Now that the number is so low, it would be fairly easy to do a social media campaign and get these men to be tested,” Palk said. “If they accepted treatment, it would essentially end this epidemic.”
    O objectivo do estudo é o de acabar com a situação de Pandemia .
    Ou seja, em teoria o número em progressão matemática estaria a tender para o zero .
    O modelo matemático complexo prevê-o , mas a realidade não :
    “What we found was very exciting,” said Laurence Palk, a co-author of the study and a postdoctoral fellow in Blower’s lab. “Our results show treatment as prevention has been slowly but steadily working to end the Danish epidemic.”
    A prevenção por tratamento baseia-se no tratar os infectados , de forma a que não infectem outros . Não significa que realmente estejam identificados todos os infectados reais .
    De salientar a liberdade individual , no que diz respeito ao tratamento como na iniciativa a ser testado.
    A realidade e a teoria tendem a aproximar-se , essa é a conclusão :
    Blower, who also is a professor in residence at the Semel Institute for Neuroscience and Human Behavior, said, “Over 15 years ago, we made predictions based on mathematical models that treatment as prevention could work and be an effective elimination tool. It’s wonderful to see that this has actually happened.”