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Alessio Virgili: "A indústria de viagens pode fazer sua parte apoiando a diversidade, a equidade e a inclusão"

Alessio Virgili

No rescaldo da 38ª Convenção Anual da IGLTA em Milão fomos falar com Alessio Virgili um dos principais impulsionadores do Turismo LGBT em Itália, um dos rostos da Quiiky Tour Operator, da Sonders&Beach Italy, e responsável pela AITGL - Associação Italiana de Turismo LGBTQ. 

 

dezanove: Na sua opinião quais foram os destaques mais importantes e o balanço final da 38ª Convenção Anual da IGLTA em Milão? O evento foi de encontro às expectativas da AITGL - Associação Italiana de Turismo LGBTQ?

Alessio Virgili: Decidi candidatar Milão para sediar a Convenção da IGLTA em 2017. Trabalhamos duro durante cinco anos. Em muitas sondagens Itália era considerada pelas pessoas LGBT o primeiro destino imperdível para se visitar uma vez na vida. Mas enquanto melhor destino LGBT estava apenas em quinto lugar. Muita gente ainda não conhecia o lado LGBT de Itália e pensei que esta Convenção poderia ser uma forma de mostrar isso. A minha ideia era mostrar aos principais stakeholders da indústria do turismo LGBT como a Itália pode ser inclusiva e um dos principais destinos de viagem LGBT, especialmente para quem quer descobrir a História LGBT! Posso dizer que estou satisfeito. Esta convenção foi a maior em número de participantes fora dos EUA. Este evento só se realizou com a importante colaboração do ENIT (Conselho Italiano de Turismo), do Município de Milão (Yes Milano) e da AITGL (Associação Italiana de Turismo Gay e Lésbico), que represento.
 
Como responsável da AITGL - Associação Italiana de Turismo LGBTQ, por que decidiu criar a ELTA - European LGBTQ+ Travel Alliance (Aliança Europeia de Viagens LGBTQ+)?
Sou fundador e presidente da AITGL. Em Abril de 2022, em Milão, a AITGL organizou os Estados Gerais do Turismo LGBTQ na Europa, com a participação do CVB (Convention and Visitors Bureau) da Grécia, Bruxelas, Itália, Espanha, Malta e outros países europeus e algumas associações de viagens como ETOA e IGLTA. O evento foi patrocinado pelo Parlamento Europeu e alguns parlamentares do Grupo INTER LGBT também participaram no evento. Tivemos a oportunidade de partilhar a ideia de que na Europa precisamos fazer mais pelo turismo LGBT por causa das diferenças que existe entre os países. Hoje, porém, infelizmente, assistimos a ventos de retrocesso no campo dos direitos em muitas partes do mundo e também na Europa, como podemos ver na Polónia ou na Hungria. Acreditamos que a indústria de viagens pode fazer sua parte apoiando a diversidade, a equidade e a inclusão contra esses ventos. Infelizmente, a IGLTA é realmente mais focada nos EUA e a AITGL é a única associação de viagens LGBT na Europa, então precisavamos de uma entidade europeia que pudesse falar com a instituição europeia tentando pressionar todos os países a promover um turismo inclusivo. Claro que a ELTA estará aberta também a países europeus não membros da UE.
 
Quais as entidades públicas que podem aderir à ELTA, que tem sede em Bruxelas, e o que é necessário para aderir?
Todos os Travel Destinations ou CVB's, associações de viagens com sede na Europa podem se associar à ELTA. Têm de subscrever o nosso código de ética. A adesão é gratuita. Para as empresas de viagens que desejam apoiar nossas iniciativas, elas também podem ingressar na ELTA como “Apoiante” pagando uma taxa anual.
 
Entrevista de Paulo Monteiro