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Lisboa poderá ter um Memorial de homenagem às vítimas LGBT durante o fascismo

António Serzedelo, presidente da Opus Gay e vereador suplente da Câmara Municipal de Lisboa, propôs na última semana ao Gabinete de Assuntos Sociais a edificação de um Memorial no Jardim do Príncipe Real dedicado a todas as pessoas LGBT que foram vítimas dos processos fascistas, vilipendiados, perseguidos e presos. 

 

Em declarações ao dezanove.pt o presidente da Opus Gay fez saber que houve “boa aceitação” desta proposta por parte de João Afonso, vereador responsável pelo Pelouro dos Direitos Sociais da CML. Serzedelo acredita que “o memorial vai ser anunciado brevemente, num dia simbólico para a comunidade LGBT, e que competirá à CML decidir a melhor data”. O histórico activista acrescenta que “muito provavelmente o memorial vai incluir um triângulo rosa, símbolo colocado nos homossexuais pelos nazis”. 
Durante o Estado Novo a polícia de costumes perseguiu e armou ciladas a pessoas por causa da sua orientação sexual. Serzedelo lembra que, entre estas ciladas, era comum os agentes da PIDE tentarem engatar homossexuais no urinol público do Rossio, em Lisboa, para depois os prenderem. 
Durante o regime, as mulheres lésbicas eram, na maioria, deportadas para o Algarve, para o Castelo de Castro Marim. Os homens, regra geral, iam para a prisão de Caxias, no concelho de Oeiras. Outros ainda iam parar ao Asilo da Mitra, na zona de Xabregas, em Lisboa, onde viam o seu cabelo ser rapado e eram obrigados a usar vestes às riscas. Tal como “os pedintes que eram apanhados nas ruas, os homossexuais também eram considerados a escória da sociedade”, relata Serzedelo. 

“Este é o lado mais negro e secreto do Fascismo, porque estas pessoas LGBT nunca foram reconhecidas, foram ignoradas, ao contrário das outras que, entretanto, viram os seus nomes recuperados, foram indemnizadas ou condecoradas. Destes nunca se falou, não se sabe quem são, não se sabe o número exacto.” 

António Serzedelo explica, no entanto, que é possível saber a identidade das vítimas porque “havia uma polícia política que fez esse trabalho.” 

A decisão final de edificar um memorial de homenagem às vítimas LGBT durante o Fascismo cabe agora à Câmara Municipal de Lisboa. 


Paulo Monteiro

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