O Triângulo TVI: No Domingo ganhou a representatividade
Ao longo de três meses a TVI presenteou o seu público, com mais um reality show. Prometeram que ia ser diferente e foi. Não na forma ou conteúdo, mas nas pessoas. Durante muito tempo, fomos engolidos por casais criados em contexto de jogo, todos eles hetero, que ou funcionam depois da saída ou terminam, assim como na vida no geral.
A particularidade destes três meses foi que o público viu nascer uma outra história, sem rótulos e com muito amor, cumplicidade, intimidade e verdade.
A história da Carolina e Inácia, foi das mais comentadas pelo público, as redes sociais incendiavam-se a cada interacção, saltavam com cada abraço e acabaram por cair com a declaração.
Alguém que sempre se considerou hetero, dizia em televisão nacional, que sentia atracção por uma mulher. Nem elas sabiam do poder e impacto dessas palavras.
Normalizaram a atracção, os sentimentos e a liberdade de os viver seja de que forma for e com quem for.
Nesse momento deram um pontapé em tudo o que já tínhamos visto sobre as histórias da vida real. Sem guião, elas mostraram que desde que nos faça feliz nada mais importa.
Sem medo de julgamentos tornaram tudo tão leve. Acusadas de jogo, quando mal eles sabem que seguir a norma é bem mais fácil.
Descredibilizaram-nas, a elas e ao sentimento, como se tal não fosse possível.
Contudo, contra tudo e todos, elas foram fiéis a si mesmo. Foram colo, casa e conforto de todos os que se escondem, dos que tiveram a força de viver os sentimentos e de tantos outros que ainda se procuram.
Elas foram reais. E foi essa realidade que abraçou as pessoas.
A Carolina e a Inácia foram e são símbolo de uma representação de viver de forma livre, despreocupada e com amor. Seja ele de que forma for, por ele mesmo ter todas as formas que lhe quisermos dar.
A Carolina e a Inácia chegaram juntas à final, saíram juntas e venceram juntas. Porque o amor vence sempre.
Sara Salgueira