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"Pinkwashing e Apartheid": Activistas apelam ao boicote da “Israeli Pride Party” no Finalmente Club

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A indignação gerada nas últimas horas nas redes sociais vem no seguimento do mítico clube lisboeta ter anunciado que vai acolher uma festa do “orgulho israelita” associada ao Orgulho LGBTI. A imagem utilizada para divulgação mostra a bandeira LGBTQI+ e a bandeira israelita lado a lado.

Uma Carta Aberta assinada por várias organizações de Marchas do Orgulho LGBTI em Portugal condena a realização de uma festa do orgulho israelita associado ao Orgulho LGBTI marcada para esta quarta feira no mítico Finalmente Club, em Lisboa.

A festa, que conta com o apoio da Embaixada de Israel em Portugal, realiza-se na véspera da maior e única celebração do Orgulho LGBTI do Médio Oriente, o Pride de Telavive: "Na véspera do Orgulho de Tel Aviv, vamos reunir-nos em Lisboa para uma noite que será fenomenal. Convidamos toda a comunidade LGBTI+ em Lisboa para vir e descobrir Israel em toda a sua diversidade no icónico espaço que é o Finalmente Club" pode ler-se na plataforma Eventbrite está a vender entradas para o evento que promete uma "celebração definitiva do Orgulho Israelita! Junte-se a nós em Lisboa na quarta-feira, 07 de junho de 2023 às 20:30 para a Festa do Orgulho Israelita - Lisboa. Este evento presencial promete ser uma noite inesquecível repleta de música, dança e pura alegria". O convite é dirigido a quem "seja israelita ou apenas um fã da cultura" ou apoie a comunidade Israelita & LGBTI+.
É com acusações de pinkwashing e apartheid que várias dezenas de organizações e activistas se insurgem contra a associação das celebrações do Orgulho ao Estado de Israel. Na carta aberta disseminada esta terça-feira nas redes sociais pelas organizações de pelo menos 12 marchas do orgulho portuguesas pode ler-se “num regime apartheid não há espaço para os direitos LGBTQI+. Israel continua a impôr um regime de apartheid e de limpeza étnica sobre o povo palestiniano. Em nosso nome, não toleraremos nenhum tipo de pinkwashing a um estado genocida.
Condenamos esta celebração do horror mascarada de festa no Finalmente e apelamos ao seu cancelamento.
Não em nosso nome! Não há orgulho no apartheid!”
Os subscritores da carta lançam uma crítica acérrima e apontam para o crescente fenómeno de pinkwashing e apropriação do movimento por parte de empresas, instituições e países que não representam a causa nem defendem os direitos das pessoas LGBQTI+ - “a nossa luta não é uma desculpa anual para mudar os logos de empresas para o símbolo do arco-íris. As mudanças que reivindicamos são estruturais e implicam necessariamente uma visão crítica ao capitalismo selvagem que explora a classe trabalhadora, as mulheres, as pessoas racializadas e as pessoas queer de maneira desigual. Não nos revemos em tentativas de gentrificação queer-friendly, em lucros abismais rainbow nem em encobrimentos genocidas with pride.”
Após alertarem para a acção colonizadora, massacres e violações dos direitos humanos por parte do Estado israelita, os activistas lamentam que um dos clubes LGBTI mais acarinhados do país esteja a hospedar este evento que contribui para o que apelidam de falsa narrativa que “serve um claro propósito político: a ocultação do massacre terrorista ao povo palestiniano.”
Estas organizações reiteram “a luta de libertação queer não é separada da luta de libertação palestiniana.”
A carta aberta já conta com subscritores como A Coletiva, Chaves Comunitária, Coletivo Felgueiras Fora do Armário, Covilhã a Marchar, Évora Pride, Marcha do Orgulho do Porto, Marcha do Orgulho LGBT+ Barcelos, Marcha do Orgulho LGBTQIAP+ de Santarém, SintraFriendly - Colectivo Juvenil LGBTIQA+ de Sintra e Apoiantes, The Revolution Will Not e a Gentopia.
A carta aberta continua a ser divulgada para que associações, activistas e militantes LGBTQI+ tomem uma posição pública e unitária em relação a este evento.

 

Mariana Vilhena Henriques

 

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