Numa altura em que se assiste ao crescimento da extrema direita um pouco por todo o mundo, é importante que nos informemos correctamente sobre questões e temas importantes, que frequentemente são instrumentalizados por forma a difundir-se informações erradas, instigar-se preconceitos, desconfianças e ódio entre as pessoas.
Com base na personagem Antígona, de Sófocles, Judith Butler disserta sobre o poder do Estado, a subversão de género e do parentesco. O poder do Estado, representado por Creonte, surge como contraposto às leis morais, familiares e divinas, representadas por Antígona, levando-nos a questionar a legitimidade ética das várias dimensões.
“Defender que o sexo já tem género, que já é construído, não explica como se produz forçosamente a «materialidade» do sexo. Com que restrições se materializam os corpos como «sexuados», como entenderemos a «matéria» do sexo e, de maneira mais ampla, a dos corpos como repetida e violenta circunscrição da inteligibilidade cultural? Que corpos se materializam e contam (matter], e porquê?” - Judith Butler, Corpos que Contam (Orfeu Negro, 2023)
Durante o mês de Maio questionamos os leitores dodezanove.ptsobre os livros que marcaram a nossa comunidade ao longo dos anos. Hoje vamos conhecer o top dos cinco livros LGBTI+ internacionais mais marcantes.
Paul B. Preciadoé um dos filósofos feministas que mais tem se destacado nos debates da teoria queer e dos estudos de género deste século. Conhecido pela auto-administração de testosterona ao longo de 236 dias – metáfora política à contestação dos corpos e das sexualidades que permanecem sobe a tutela dos Estados -, publica Testo Yoqui, obra que partiria da sua experiência, enquanto homem trans, para desbravar como as estruturas de poder político e indústrias fármaco-pornográficas influenciam as experiências individuais e como se vive e constrói o corpo.
A associação cultural Boca, responsável pela organização da bienal de artes contemporâneas de nome homónimo, com actividade regular na cidade de Lisboa e com extensão em tantas outras cidades nacionais e internacionais, regressa com uma terceira edição, sob o desafio Prove You are Human, nas cidades de Lisboa, Almada e Faro.
Felizmente, observamos uma intensa ascensão da teoria e política Queer no nosso contexto actual e, obviamente, o interesse pelos preceitos que envolvem essa corrente referida está diametralmente relacionado ao também crescente movimento de um conservadorismo fanático/retrógrado/repressor que, lamentavelmente, tem tomado força e conquistado um número significativo de adeptos.
Os termos Final-mente, Ritz-mente, Criativa-mente, Bairro-mente, Queer-mente dizem-te alguma coisa? Se sim, isto é para ti. Mas se não estiveste nos últimos anos em Portugal, continua a ler com atenção.
Começou hoje em Lisboa um ciclo inédito: Gender Troubles dedica vários espectáculos, conferências e workshops às questões do género. O ciclo decorre no Teatro Maria Matos e foi pensado quer para académicos quer para o público em geral interessado nestes temas, aproximando, assim, estas questões da sociedade civil ao teatro. O nome desta iniciativa coincide precisamente com o livro homónimo de Judith Butler uma figura incontornável nesta temática. Judith Butler é, de resto, uma das convidadas do Gender Troubles (conferir programa do dia 2 de Junho)
Para sabermos mais sobre este evento que decorre entre 5 de Maio e 24 de Junho fomos falar com Salomé Coelho, uma das responsáveis por esta iniciativa:
Quem o afirma é Angel Dzhambazki, deputado búlgaro recentemente eleito para o parlamento europeu, em entrevista ao One Europe, uma plataforma online informativa sobre assuntos europeus. Dzhambazki foi acolhido pelo grupo de Reformistas e Conservadores Europeus - agora o terceiro maior em Bruxelas - que conta ainda com deputados do Reino Unido, Alemanha e Polónia.