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Um atleta olímpico gay veio a Portugal e isso (ainda) é um acontecimento

“A minha performance melhorou imenso, estou mais forte depois de ter conseguido ultrapassar as críticas.” John Fennel participou num debate promovido esta quinta-feira no Centro LGBT, em Lisboa, em que o atleta olímpico do Canadá contou a sua experiência pessoal e desportiva depois de de ter afirmado publicamente como homossexual.

 

O atleta esteve em Portugal a convite da Embaixada do Canadá. Além de ter dado várias entrevistas à imprensa, Fennel foi ainda a duas escolas e uma universidade. Numa das escolas esteve acompanhado pela secretária de Estado para a Cidadania e Igualdade, Catarina Marcelino, a falar sobre a relação entre desporto, bullying e orientação sexual. “Estivemos juntos há dois dias numa escola com alunos entre os 16 e 18 anos. Foi surpreendente a maturidade do debate porque não havia alunos a gozar ou a rir”, confidenciou Catarina Marcelino, também presente no Centro LGBT.

John Fennel participou nos Jogos de Inverno, em Sochi 2014, na Rússia, tendo ficado em 27º na competição de luge (trenó). Foi depois dessa experiência na Rússia, nuns jogos onde abundou o discurso contra os homossexuais, que o atleta decidiu sair do armário. Como contou no Centro LGBT, chegou até a ter namoradas para ocultar a sua orientação sexual. Após o coming out “foi uma transição rápida”. O atleta destacou ainda a importância do apoio explícito do governo de Justin Trudeau aos direitos LGBT. “Estive em Toronto no Pride deste ano e foi a primeira vez que um primeiro-ministro esteve na marcha. Foi muito importante saber que alguém tão importante estava a apoiar a comunidade LGBTQI.” Agora com 21 anos, o atleta está a preparar-se para os próximos Jogos Olímpicos de Inverno, em Pyeongchang, na Coreia do Sul, que vão realizar-se dentro de dois anos.

 

 

7 Comentários

  • Anónimo

    ““Estive em Toronto no Pride deste ano e foi a primeira vez que um primeiro-ministro esteve na marcha. Foi muito importante saber que alguém tão importante estava a apoiar a comunidade LGBTQI.”
    O exemplo já foi dado la fora, falta acontecer cá tambem

  • Anónimo

    Se as marchas servissem unicamente para celebrar o orgulho gay decentemente e não fossem uma passerelle da disforia de género talvez a própria comunidade LGBT e até a hetero aderisse mais.

  • Anónimo

    Concordo. Em Portugal temos pela primeira vez um primeiro-ministro pró-LGBT mas que mesmo assim ainda não deu esse passo.

  • João Miguel Gomes Delgado

    E não me estava a referir só aos políticos no meu comentario inicial que ficou por erro como anónimo, mas também á outras entidades/organizações que deveriam fazer-se representar, devido a poder que tem e da importancia que isso representaria talcomo acontece lá fora com, mas que continuamente se recusam a fazer

  • Anónimo

    Mais uma vez o dezanove aprovou um comentário transfóbico. Têm a certeza que não querem alterar o “Notícias e cultura LGBTI” na vossa descrição para “Notícias e cultura LGB”?

  • Luís

    Que giro… também fui ao debate e, pela notícia do dezanove, houve apenas dois participantes: O John Fennel e a Catarina Marcelino. Na volta, fomos a acontecimentos diferentes.