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Estudo: Estar confinado e não poder expressar a identidade LGBT+ em casa

Seis em cada 10 jovens LGBTI portugueses consideram que a pandemia da covid-19 afectou bastante a sua vida, sentindo-se muito ou mesmo extremamente limitados para realizar actividades habituais. A maior parte dos jovens manifestou um receio moderado de infecção com o novo coronavírus, sendo que três em cada 10 tinham um receio bastante elevado de vir a ser infectados.

Os dados constam do estudo “Redes de Apoio Social e Saúde Psicológica em Jovens LGBT+ durante a Pandemia Covid-19”, promovido por Jorge Gato, Daniela Leal e Daniel Seabra, da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto, e que tem por base entrevistas a 632 pessoas LGBT+ (lésbicas, gays, bissexuais, transgénero e outras minorias sexuais e de género), entre os 16 e os 35 anos, resultando numa idade média de 23 anos.

O estudo refere que aproximadamente 35 por cento dos jovens sentem-se muito ou extremamente “sufocados/as” por não poder expressar a sua identidade LGBT+ com a sua família. Cerca de 35 por cento dos jovens cuja família tem conhecimento da sua identidade LGBT+, consideram que esta lida mal ou muito mal com a mesma.

“Uma proporção importante dos/as jovens inquiridos/as sentiu-se bastante isolada dos seus amigos e das suas amigas. A situação de confinamento com a família representou também um desafio para muitos/as participantes que disseram não se sentir confortáveis no núcleo familiar por não poderem aí expressar a sua identidade LGBT+. Considerando estes resultados e as orientações da Alta Comissária para os Direitos Humanos da ONU, recomenda-se que os serviços de apoio, abrigos e demais redes de apoio social permaneçam particularmente atentos e disponíveis durante este período para atender às necessidades dos/as jovens LGBT+”, referem as conclusões.

No que diz respeito ao impacto emocional da pandemia, apenas uma pequena minoria (16 por cento) não se sentiu nada ou quase nada afectada com a situação. No entanto, 6 em cada 10 jovens sentiram-se emocionalmente afectados. O relatório final encontra-se disponível online. 

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4 Comentários

  • Anónimo

    Não esquecer os outros a partir dos 35anos que também têm a vida difícil.

  • Anónimo

    Já para mim estar confinado é um bom pretexto para não ter que lidar com as falsianes das apps de engate! Delas quero é distância!

  • Anónimo

    Infelizmente tenho que concordar. A comunidade GGGB em Portugal está pelas ruas da amargura.

  • Amigo

    Nesse ano e meio de Crise Sanitária, nunca li sobre os portadores de Fobia Social, que vivem ou vivenciaram tal problema que nos leva ao Isolamento Social (âmbito Pessoal e/ou Profissional)! Quando tive minha primeira experiência sexual com homem, era o “pico” da doença (pouco mais de cinco anos com Fobia Social), um momento em que duas pessoas ficam tão próximas e, ele sendo o mais carinhoso possivel comigo e eu demorei a me relaxar plenamente; por ter sido a primeira vez, passou o momento, como sendo de “expectativa”! Felizmente no ambiente de trabalho, a limitação que a doença poderia trazer, não aconteceu, o que contribuiu para caminhar (mesmo que lentamente) à superração da doença (semelhante ao lema do AA: vivendo um dia de cada vez)!