O caso da recusa de publicidade da rede social Manhunt nos espaços publicitários na rede de metro de avançado pela Time Out Lisboa há uma semana, tem feito surtir inúmeras reacções na comunicação social generalista, activistas e deputados.
Esta terça-feira o grupo parlamentar do Bloco de Esquerda decidiu questionar o Governo, numa comunicação dirigida à Secretária de Estado dos Assuntos Parlamentares e da Igualdade, Teresa Morais, se tinha conhecimento sobre o caso e se o Governo pretende accionar mecanismos que impeçam que situações similares se voltem a repetir.
O BE sustenta que “a menos que esta decisão se enquadre numa nova e desconhecida política do Metro de Lisboa recusar toda a publicidade com conotação sexual, esta decisão corporiza um acto discriminatório sob o ponto de vista do respeito pela orientação sexual de cada um/uma e pelo combate à homofobia.”
Também na terça-feira em declarações ao P3 do jornal Público, Paulo Côrte-Real da associação ILGA Portugal considera que “se a rejeição da campanha está baseada apenas na sua representação visual, e não no conteúdo do produto publicitado […] podemos estar diante de um caso de discriminação.”
Esta quarta-feira, à publicação online Dinheiro Vivo, o Metro de Lisboa voltou a explicar os motivos do veto à campanha da rede social de encontros dirigida ao target gay. A empresa de transportes públicos “não autorizou a campanha no âmbito de uma orientação genérica vigente na empresa de não aceitar publicidade que não se coadune com a imagem de um serviço público, que se dirige a uma multiplicidade de clientes, com sensibilidades várias, sendo passível de ferir susceptibilidades”. E a empresa acrescenta “independentemente da orientação sexual do respectivo público-alvo.”
A respeito das recorrentes comparações com campanhas de roupa interior na rede de mupis do metro a empresa justifica: “As campanhas aceites […] e com raparigas semi-despidas’ têm um teor que não apela a encontros sexuais e que, presentemente, está banalizado na comunicação publicitária, tendo sido considerado que não feririam susceptibilidades […] o que está em questão é o que se pretende publicitar e não a quem se dirige.”
Entretanto na rede social Facebook está a ser agendada para esta sexta-feira, 3 de Fevereiro, pelas 19 horas, uma “flash mob beijoqueira contra a discriminação do metropolitano”. Por “flash mob beijoqueira” ou” beijaços a metro” entende-se um beijo entre vários casais em simultâneo e no mesmo lugar. Onde? Na estação do metro Baixa-Chiado, precisamente um dos 15 espaços que a rede social Manhunt pretendia utilizar para divulgar a sua nova aplicação de encontros entre homens.
Já segues o dezanove no Facebook?
10 Comentários
David
excelente artigo. bom trabalho!
Armando
Com estas justificações do Metro percebe-se o porquê dos trabalhadores fazerem greve amanhã. Andam todos muito contentes com as cabeças mandantes lá de dentro.
nelson camacho
Excelente artigo é dizer pouco. é um artigo de utilidade publica. Nós sabemos que o povão está-se mas tintas para estas coisas da sexualidade entre pares. Já lá vai o tempo em que num restaurante olhavam de soslaio para um casal gay que estavam de mão dada. Hoje já ninguém liga a isso e eu posso prova-lo. O que o povo queria era não haver tanta gente nessas empresas a roubar para que os bilhetes de transportes fossem mais de acordo com as sua economias. Com ordenados de merda que as troikas e troikanos nos dão depois de pagar a renda de casa, água, luz e remédios ainda temos os transportes a aumentar mensalmente. Alguns dos senhores que fazem estas proibições, na calada da noite vejo-os no Finalmente ou na Parque Eduardo Sétimo passeando-se em brutos carrões ao engate de meninos e meninas. Que possa de moralidades. Isto está pior que o tempo do “botas”. Quem sustenta os prostitutos e prostitutas (trabalhadores do sexo como se disse numa reportagem na Televisão) não é o caminhante do metropolitano que não tem dinheiro para essas coisas. Quando o faz, faz por amor e sem trocas remuneratórias. Como diz a minha amiga Simone de Oliveira numa canção do Ary dos Santos Somos um país de rabichos e aldrabões” sem ofensa para os que são. Já são oras, já destilei, vou deitar-me. Na Sexta-feira vou arranjar um amigo que queira alinhar comigo e vamo-nos beijar ardentemente no metro Baixa-Chiado . Vamos ver se somos presos. Como está a carestia da vida pelo menos dão-nos comida e dormida de borla. Tenho dito! Nelson Camacho D’Magoito
Daniel_Mirandela
Sugiro a todos os utentes (gay ou nao) que simpatizem contra este ato de pura homofobia que reclamem junto do ML! Fico surpreendido por alguns gays virem dizer o que é nada mais que a sua opiniao sobre a rede manhunt! Nao e isso que está em causa!!!! Preferwem ficar no armário para sempre? OK ninguem tem nada a ver com isso! Nao gostam de paradas, desfiles bares websites gay? OK ninguem tem nada com isso!!! Mas nao baixem os bracos na luta pela homofobia que enquanto um problema social a todos diz respeito!!!!!
VDD
Sinceramente acho que está a existir um exagero. O Manhunt é um site de engates, de sexo. Duvido que alguma vez o Metro fosse colocar publicidade a um site do género se fosse para heterossexuais ou para toda a gente. A única diferença, se abrirem a página de entrada do Manhunt, é que em vez de aparecer uma mulher de lingerie vermelha, aparece um homem em tronco nú. Há uma mensagem de “fim sexual” inerente. Nem se compare com campanhas de lingerie, que são feitas com trabalhos de fotografia e design de qualidade e gosto, e mesmo que tendo essa componente do corpo (e possível subtexto sexual), no fim de contas estão a publicitar roupa, só isso.
PEdro
E se deixassemos de histerimos e abrissemos os olhos para a realidade?
Aqui não está em causa se é homofóbico ou não!!! trata-se de uma rede de encontros sexuais e como tal pode ferir susceptibilidades. Tal como se fosse o meetic ou whatever!!!
Homifobia seria se quisessem fazer uma campanha de uma marca de roupa (por exemplo) com dois homens gays e esta fosse recusada! Isso sim era homofobia e de reprovar!
Agora uma campanha de um site de encontros sexuais!
Acham bem um@ menin@ chegar ao metro e ver um anuncio de um local para procurar sexo?
Há que separar os conteúdos! Não é só por ser de temática gay que quando não é aprovado é logo homofobia! Isso é sermos extremistas e para mim só denigre a causa gay!!!
Mas claro, cada vez mais há interesses de lobys e de politiquices de gente que quer protagonismos e subir na vida à custa da Causa Gay!
Se o que fazem é benéfico para a Causa? Isso não interessa, interessa que o assunto está na moda, atrai mediatismo e ajuda-os a subir na vida!!!
Tenham vergonha meus senhores!
Roger R
Gostei, grande realidade e muita hipocrisia dos mandões ” cheios de massa.
nelson camacho
Obrigado por ter opinado sobre o tema em questão. Eu por mim já dei a minha opinião mais concreta em
Ff
Primeiro, manhunt é uma rede social e sim gay. Agora muitos utilizam para engates sem duvida, mas muitos utilizam a procura de amizades e relacionamentos, so conotar para engates e ridiculo. Quantos nao utilizam facebook para engates?! Sera legitimo proibir publicidade do facebook? Convem reparar diferenca entre manhunt e um site porno ou de acompanhantes. Se ha conviniencia de nao misturar fotos artisticas com pornografia, tb convem diferenciar rede social com wc’s de engate…
RG
O próprio nome do site diz tudo “Manhunt”, que para quem não sabe, a tradução para o português quer dizer: Caçar Homens, será que é preciso dizer mais alguma coisa? Rede social o tanas, publicidade a um site que promove o sexo, não me parece que ajude à causa, pelo contrário só dá uma imagem de leviandade, se fosse uma publicidade de uma marca de roupa ou outra coisa qualquer com 2 homens ou mulheres a beijar-se eu aí já concordaria que foi feito descriminação, mas agora um site que promove o sexo, facadinhas em relacionamentos sérios e troca entre casais, tenham mas é paciência tem mas é de ser rejeitado mesmo. Bem Hajam!