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Dia 3 de Maio: Protesto contra as batidas policiais em espaços queer de Lisboa

protesto queer

Foi anunciado em comunicado pelo colectivo Qravo um protesto para o Jardim do Príncipe Real, dia 3 de Maio, às 15 horas:

 

"Durante os últimos meses, a PSP tem feito rusgas policiais abusivas em diferentes espaços e iniciativas queer e/ou independentes de Lisboa.
Só em uma das associações culturais vitimadas por tais operações, o Planeta Manas, foram quatro rusgas em cinco meses desde Outubro: todas sem mandado, sem jurisdição e sem aviso prévio, que só serviram para encerrar os eventos, impedir o direito associativo dos membros e precarizar ainda mais o trabalho já precarizado de artistas trans, queer, imigrantes, profissionais independentes da cultura". No comunicado lê-se que para entrar numa associação cultural, a polícia precisa de mandado, mas isso não aconteceu: "A PSP forçou a entrada e desrespeitouquatro normativas e leis portuguesas, da Constituição à Lei de Segurança Interna. Contudo, o Ministério da Administração Interna diz que não há ilegalidade, e a própria PSP admitiu para a imprensa que tem o objetivo de encerrar o espaço".

No comunicado considera-se que esta perseguição "está em consonância com o aumento exponencial da violência policial e do fascismo, tanto em Portugal, como na Europa, como em todo o mundo". No mesmo comunicado são lembradas as perseguições no Martim Moniz, Massamá e Queluz e a menção a Odair Moniz, homem negro assassinado pela polícia em Outubro do ano passado. São igualmente mencionados episódios lá fora: "Em Espanha, homens gays têm sido perseguidos por policiais em aplicativos de encontro, em uma suposta “operação anti-drogas”. Na Alemanha, Reino Unido e Holanda, manifestantes pró-Palestina (inclusive mulheres, crianças, idosos e pessoas com deficiência) têm sido brutalmente agredidos, intimidados, deportados e presos. Na Sérvia, armas sónicas ilegais foram utilizadas pela polícia em protestos pacíficos. Nos EUA, [...] a polícia tem feito deportações em massa de imigrantes, perseguido ativistas, impedido a entrada de pessoas críticas ao governo Trump nos aeroportos, além da infame prisão do activista Mohamed Khalil pela sua participação nos protestos contrários ao genocídio Palestino". [...] "a primeira ação do governo Trump nos EUA este ano foi a de revogar o direito de pessoas trans a ter o próprio género em seus documentos. O primeiro discurso do Trump nos EUA foi uma declaração de guerra contra as políticas de Diversidade e Inclusão em empresas e instituições."
Os organizadores lembrar que "as primeiras vítimas do fascismo, historicamente, são as populações e comunidades mais vulneráveis: imigrantes, pessoas racializadas, pessoas LGBTQIA+ / queer, espaços culturais independentes".

O alerta está feito: "Não é a nós que a polícia tem que combater. Nós não somos o inimigo. Lésbicas, gays, bissexuais, pansexuais, travestis e mulheres trans, pessoas transmasculinas, pessoas nao binárias, pessoas intersexo, pessoas assexuais, não sao suas inimigas. Nossos pronomes, corpos, sexualidades e expressões culturais não são seus inimigos. Imigrantes não são seus inimigos. Pessoas pretas, árabes, latinas, asiáticas, não são suas inimigas. O carnaval não é inimigo da cidade. Nós não somos o motivo que você não consegue pagar sua renda, comprar seus mantimentos, ter um aumento, descansar depois de uma jornada exaustiva de trabalho. O inimigo é quem diz que somos seus inimigos. É quem controla o jornal que você lê, o programa que você assiste, o algoritmo da sua rede social que só mostra fake news e inverdades sobre nós. Os inimigos são bilionários. Pessoas muito mais ricas que você."

No texto, que pode ser lido na íntegra aqui, afirma-se que é preciso "um novo 25 de Abril", dessa vez antecipado, para não correr o risco de entrar num novo Estado Novo".
A organização deste protesto relembra ainda o episódio homofóbico do Carnaval de Torres Vedras deste ano, em que se fez uma sátira sobre pessoas queer e o 25 de Abril. Haviam bonecos dos capitães de Abril, como Salgueiro Maia e o general Spínola, que observam um exército de soldados queer com um olhar de reprovação.
Protesto marcado para este Sábado à tarde em Lisboa.

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