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Nem na mata se encontram histórias assim

Como é que alguém pode ditar de quem é que as pessoas podem gostar?

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Nos últimos tempos tenho-me sentido cada vez melhor na minha pele - unicórnio mágico que cospe arco-íris ou de ovelha colorida da família, como digo. Sinto-me cada vez melhor sendo quem sou e amar quem amo.

Tal como qualquer pessoa, tive a minha fase de saída de armário grande. Aliás, três – a primeira para mim própria, depois para os outros e depois de novo comigo. Não que tenha sofrido horrores porque cada um tem a sua história e certamente que a minha também tem aspectos bons (ou menos maus), mas tardou a sensação de “normalidade”. Acredito que isto era um disparate da minha parte por não me conseguir sentir “normal” quando não havia nem há nada de errado.

Hoje em dia esta sensação está tão vincada em mim, de normalidade, de bem-estar e felicidade comigo própria que a história da Tchechénia abala-me. Eu sei que também demorei, mas cheguei lá, tal como outras pessoas à minha volta. Demora por vezes mas chega-se à aceitação ou no mínimo, ao respeito. Como é que alguém consegue ter apenas uma visão do que o ser humano pode ou não ser? Como é que alguém pode ditar de quem é que as pessoas podem gostar? É que não arranjo forma de entender. Não há metamorfoses nessas pessoas? Não crescem, não aprendem, não vêem, não sentem? Será que sim? Ou são tão invisuais, tão psicopatas assim que não conseguem sentir, não conseguem colocar-se no lugar do outro e ainda por cima, cometer atrocidades e crimes contra quem acham diferente?

As histórias da crueldade humana contra LQBTQIA+ multiplicam-se, matando directa (Pulse, por exemplo) e indirectamente um número avassalador de pessoas (lqbtqia+fobia).

Urge uma resposta eficaz e, portanto, é altura de todos juntos lutarmos mais do que nunca pela igualdade a todos os níveis, sem simplesmente “não aceitar, mas seguir em frente sem pensar nisto”, porque estamos a falar de crimes contra a humanidade motivados por um preconceito que tarda em desaparecer da sociedade.

Estarei focada em lutar por um mundo mais igual para que nem eu, nem ninguém do mundo, se amedronte com a ideia de futuro. Porque sim, eu espero casar-me e ter filhos com a pessoa que eu amo, sem que nada ou ninguém possa interferir na única língua universal: o amor.

 

Marta Santos,

colaboradora do dezanove