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1ª exposição trans em Bragança: “Queremos que sejam pessoas reais a dar voz ao que sentem e vivem”

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Depois da 1ª Marcha do Orgulho LGBTI em 2018, chega a vez da primeira exposição de temática LGBTI em Bragança. 

 

A 31 de Março, Dia da Visibilidade Trans, a Juventude da Cruz Vermelha Bragança e a Cruz Vermelha inauguram a exposição: Histórias Trans. Nesta exposição estarão expostos desenhos feitos por uma pessoa trans. Existe uma colectânea de todo o tipo de histórias, desde as mais obscuras repletas de dor, sofrimento e solidão até aquelas que nos enchem o coração com amor e alegria. Um verdadeiro sentimento de renascimento onde entendemos o que é por fim ser nós mesmos e podermos finalmente viver a nossa vida.

Será também exposta a banda desenhada: “Crónicas de um Trans”, que conta o dia-a-dia de uma pessoa trans não-binária. Poderão ser apreciadas várias situações desde antes do seu nascimento até à actualidade, vendo as várias complicações porque uma pessoa trans passa, desde ignorância a transfobia, mas ambém veremos situações boas e divertidas.

Joana Raposo Gomes, médica sexóloga, explica ao dezanove.pt que o principal objectivo desta exposição é “aproximar a comunidade das pessoas trans, falar, cativar e permitir que todas as pessoas tenham a mesma oportunidade de existir nos olhos dos outros, com a mesma liberdade e segurança”. Esta médica considera que como as pessoas normalmente reagem com medo ao desconhecido esta exposição é mais um passo para “ajudar a desmistificar alguns medos que possam existir, essencialmente presentes porque a questão da identidade de género tem estado há demasiado tempo escondida em múltiplos armários”. Todos os organizadores e auxiliares encontram-se “muito empenhados para que as pessoas se aproximem e repensem os seus pré-conceitos e para que, pouco a pouco, se revejam neste mundo de múltiplas possibilidades e diversidades.” Joana Raposo Gomes refere também que “seria importante assinalar o dia da Visibilidade Trans nesta cidade e expor algo produzido por uma pessoa trans, seria uma boa maneira de colocar os holofotes sobre as vidas trans. Queremos que sejam pessoas reais a dar voz ao que sentem e vivem, as histórias acabam por permitir que seja mais fácil a nossa aproximação ao outro, para que assim, seja mais fácil que toda a gente conheça e tenha empatia com os caminhos que uma pessoa trans atravessa. Conhecendo esses percursos, é mais fácil que cada um se identifique, questione, abrace e/ou modifique o seu entorno.” Disse ainda que o objectivo das histórias expostas é que estas “encontrem o seu caminho nos que lhes vão pôr os olhos, que vivam depois da exposição e que quem as conta possa renascer ao se ver presente e a existir nos olhos dos outros” pois não tem dúvidas que “qualquer palavra, música, quadro ou teatro sobre este novo mundo de possibilidades, só faz com que as pessoas vejam a realidade com menos receios e, portanto, que se diluam tensões ou agressões”.

Para terminar, devido à situação causada pela pandemia do covid-19 e com o intuito de dar a conhecer estas histórias a cada vez mais pessoas, esta exposição poderá ser vista através do Facebook da CVP Bragança e na delegação de Bragança da CVP para que qualquer pessoa, a partir do seu computador, telemóvel, etc. possa caminhar pela exposição em segurança.

 

Filipa C.