Os aclamados doces típicos de Amarante acabam de ser alvo de um artigo do site NewNowNext (NNN), dedicado às questões LGBT.
“Estes doces não são fálicos, são ‘ridiculamente fálicos’” pode ler-se no artigo do NewNowNext que se inspirou na reportagem escrita por Tania Braukamper publicada no Atlas Obscura, um portal de viagens, com o título “Como uns bolos fálicos se tornaram a mascote de uma cidade conservadora portuguesa”. Ambos artigos descrevem um pouco da história em torno deste doce típico que se tornou emblemático da vila e do seu padroeiro – que muitos consideram milagreiro.
Tania Braukramper considera que estes doces fazem de tal forma parte da identidade da vila que se tornaram o seu ícone mais conhecido. O doce local, que também é conhecido por “doce fálico”, é coberto com calda de açúcar e tem o formato do órgão genital masculino. O doce torna-se mais popular no início de Junho quando a localidade acolhe as festas em honra de São Gonçalo, pode ler-se.
“Os símbolos fálicos abundam pela vila. Acredita-se que estes bolos fazem parte de um ritual de fertilidade que antecede o Cristianismo. São oferecidos como bónus de afecto e comprados por mulheres solteiras na esperança de encontrar o a pessoa certa” escreve por sua vez o site NNN.
As lendas relacionadas com a origem deste doce perdem-se na história, o que perdura até aos dias de hoje é mesmo o doce. Apesar da sua produção ter sido proibida durante a ditadura, por serem considerados obscenos, os amarantinos vendiam-nos em segredo. São produzidos o ano todo, excepto na época de Natal.
E se os nomes “doce fálico” ou “bolo de Amarante” não te dizem nada é normal. Há uma panóplia sem fim de variantes pelas quais estas iguarias são conhecidas: “cavacas de Amarante” é a mais neutra de todas. As restantes designações ficam para as tags e hashtags.