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A comunidade LGBTQIA + no isolamento

João Oliveira

Estamos perante uma pandemia que nos modificou totalmente a nossa vida, o nosso modo de viver, de socializar, de trabalhar. Uma pandemia que nos viria modificar inteiramente a nossa vida.

 

A população portuguesa não é somente feita dos portugueses de classe média alta, ou classe alta. Os portugueses são feitos também daquelas pessoas que compõe realmente o país - as minorias. Se juntarmos uma pandemia, um isolamento e a comunidade LGBT, possuímos então, toda uma conjuntura de solidão e decréscimo da saúde mental.

Se juntarmos uma pandemia, um isolamento e a comunidade LGBT, possuímos então, toda uma conjuntura de solidão e decréscimo da saúde mental.

Aqueles pertencentes à comunidade LGBTI que se tinham mudado para as grandes cidades em função do seu estudo ou do seu trabalho, vêem-se agora perante a possibilidade de voltar para a casa onde cresceram. A questão é que muitos de nós (comunidade LGBT) não têm a sorte de possuir uma casa acolhedora, feliz, onde o bem-estar perdura. Então deparamo-nos com a seguinte questão: Como está realmente a comunidade LGBT a lidar com estes sucessivos isolamentos?

É facto que este tema não é muito anotado, questionando ou até colocado em pensamento. Mas é fundamental falarmos que existem pessoas que estão perante o seu medo novamente - estar em casa dos seus pais que não apoiam o seu filho/a, que não o/a apoiam nas suas decisões. Outra problemática que condiciona ainda mais esta perspectiva decadente, é que muitas destas pessoas encontram-se em zonas mais pequenas, mais isoladas, afastadas das grandes cidades. Consequentemente, assiste-se a uma pequena percentagem da comunidade LGBT e por isso, compreende-se a um maior isolamento social, para além daquele que já estamos perante.

Muitos daqueles que tiveram de voltar para as suas casas onde cresceram e sofreram, são aqueles que se sentem duplamente isolados: não possuem contacto com os seus amigos mais próximos que estão noutra cidade mais afastada; não têm possibilidade de comunicar presencialmente com aqueles que se sentem mais seguros e, posteriormente, ainda têm de permanecer isolados perante uma pandemia.

É, assim, evidente e claro, que a comunidade LGBT sofre com a acção direta de duas frentes: isolamento e pandemia. A comunidade LGBT tem ainda, após estes dois factores de dificuldades, um mundo que ainda não está pronto para uma forma de vida em real sociedade integradora, tolerante e respeitadora.

Contudo, este tempo nunca foi tão importante. Temos de nos unir como uma comunidade que celebra a tolerância, a felicidade, a diversidade, a multiplicidade de opiniões. Em conjunto com o apoio de todos, conseguiremos ultrapassar mais um desafio que foi colocado à nossa frente. Unidos enfrentaremos a História e unidos faremos História.

 

João Oliveira

Estudante Universitário e activista