“O Reino Unido não reconhece as pessoas de género não-binário. Literalmente não temos quaisquer direitos”. O desabafo é de Maria Munir, uma muçulmana transexual que aproveitou um encontro de Barack Obama com jovens britânicos para pedir que tanto o presidente dos EUA como David Cameron “levem as pessoas transexuais a sério.”
Maria Munir, de 20 anos, assumiu-se nessa intervenção como uma pessoa de género não-binário, algo que os seus pais, de origem paquistanesa, desconheciam até ao momento. O presidente dos Estados Unidos esteve na semana passada de visita oficial ao Reino Unido.
Um Comentário
Luísa Reis
Maria Munir é cissexual. Simplesmente se assume como não-binária, o que nada tem a ver com transsexualidade. Foi-lhe atribuído o sexo feminino ao nascimento, não fez nenhum tipo de intervenção sobre o seu fenótipo sexual, e, conforme afirma, a sua expressão de género está dentro do padrão socialmente convencionado como feminino. O que nada tem a ver, nem de longe nem de perto, com transsexualidade.
Também não é de origem paquistanesa. Nasceu no, e tem cidadania do, Reino Unido, e não se identifica como muçulmana.
Quase nada do que afirmam no artigo é dito no vídeo, ou em qualquer outro lugar. Desculpem, mas como é que conseguem fazer tanta confusão?… Não existe nenhum desprestígio em ser-se não binário. Mas existe desprestígio e ofensa em negar a identidade de homens e mulheres transsexuais, dizer-nos que não somos bem aquilo que não apenas afirmamos – aquilo que vivemos.
https://mariamunir.com/2016/04/27/beyond-t