A história de Elisa e Marcela em livro
“Amantes de Buenos Aires”, o novo romance histórico do autor português Alberto S. Santos, retrata a história de Elisa e Marcela.
Em 1901, uma história chocava o nosso país vizinho, com a indignação espelhada em primeiras páginas de jornais, revolta popular e perseguição por parte das autoridades. Elisa e Marcela, duas mulheres naturais da pequena vila de Dumbria, na Galiza, tinham enganado a Igreja Católica e obtido o sacramento do casamento. No altar estavam Marcela e Mário, na verdade, Elisa – de cabelo curto, trajes masculinos, história forjada. E é assim que, em 1901, é consagrado o primeiro casamento entre pessoas do mesmo sexo na história da Igreja Católica. A felicidade deste momento não haveria de durar muito, com a descoberta e as repercussões sociais do "casamento sem homem".
Procuradas pela justiça espanhola e em fuga das autoridades, Elisa e Marcela atravessaram a fronteira, em busca de asilo. Encontraram-no na cidade do Porto, tendo sido defendidas tanto pela população como pelas autoridades. Ainda assim, acabaram por ser presas, julgadas e absolvidas. Em 1902, há outro elemento que as coloca, ainda mais, debaixo do escrutínio do povo: "o casal sem homem" acabara de ter uma filha. A história vai ainda dar origem a uma produção da Netflix.
Autor, advogado e conferencista, Alberto S. Santos é também autor de “A Escrava de Córdova” (2008), “A Profecia de Istambul” (2010), "O Segredo de Compostela” (2013) e “Para lá de Bagdad” (2016), tendo sido presidente da Câmara Municipal de Penafiel entre 2001 e 2013. A edição é da Porto Editora.