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A história de Tuxa contada em vídeos

Tuxa também conhecida por Miss Ágata, responde igualmente por Fernando ou Manuel Fernandes. É tema regular de alguns programas matinais da televisão, de reportagens vídeo no Correio da Manhã (acto simbólico do primeiro casamento gay frente à Sé de Lisboa e violência doméstica termina primeiro casament gay) e até de uma webserie chamada “Na Casa D’Este Senhor“, uma iniciativa datada de 2011 promovida pela cerveja Tagus.

Em 2011 também ficou conhecida por fazer uma tatuagem nas costas com a menção “Cinha Jardim – A rainha do jet set”.

Há cerca de um mês, Tuxa foi uma das convidadas do programa “Cartas da Maya – O Dilema” que passa nas manhãs da SIC. Ao longo de 13 minutos Tuxa conta a sua história de vida contra o preconceito e as dificuldades que actualmente diz atravessar. Ao longo do programa a apresentadora da SIC chama-a várias vezes de Fernando e Tuxa responde também por esse nome. No entanto, a própria afirma que é “mais mulher do que homem”.  Depois de uma carreira preenchida no mundo do transformismo, Tuxa alega viver com 189 euros mensais do RSI (rendimento social de inserção).

6 Comentários

  • João Mota

    a) Acho piada que as pessoas se queixem que o que recebem de subsidio é pouco, reclamando por mais, quando pouco ou nada declararam ao longo da vida. Se recebia grandes cachets e fez filmes porno de 10.000€, é impossivel não ter reforma se tivesse descontado… sabe bem não descontar, mas depois o resultado é mais que óbvio.
    b) Sinceramente não posso considerar ser transformista uma profissão. Não consigo perceber o conceito. Matrafonas a gesticular e a fazer playback, em que nem sequer cantam? Como hobbie ainda é naquela, mas como profissao integral tenho as minhas reticencias… Apenas a minha opinião pessoal.
    c) Respeito a individualidade mas enquanto gay custa-me que os media se foquem obsessivamente nestes casos, pela extravagância e extremismo. Penso que passa a ideia errada de que os gays se sentem mulheres aprisionadas em corpo de homem e que apenas sonham em vestir-se de mulher. Não me sinto assim e sinceramente duvido que a maioria dos gays o sintam…

  • pereira

    como eu também gay, mas acima disso, pessoa. cada um faz o que quer, veste o que quer, age como quer. e fico apenas triste por ver que a maior parte do preconceito para com gays vem deles mesmo. o problema de muita gente é achar que a sua opinião tem alguma relevancia sobre a vida de outrem.

  • RC

    Aconselho uma espreitadela ao programa Americano “Rupaul’s Drag Race”, para entender que o transformismo é apenas uma forma de entretenimento, como outra qualquer – tal como stand up comedy, etc… Em Portugal, pode ser menos conhecido, ter menos glamour, mas não devemos apontar nunca o dedo a quem ousa ser diferente.

    Não discuto este caso particular, mas a generalização de matrafonas e de que quem faz transformismo se sente uma mulher aprisionada num corpo de homem, estão completamente erradas.

    O seu comentário deixa-me triste, por atacar uma minoria (claramente sem vasto conhecimento do fenómeno). Repito, não critico os descontos ou não descontos, mas sim a crítica fácil e a desvalorização de uma minoria.

  • João Mota

    Sabia que o meu comentário poderia ser mal interpretado e dar aso a julgamento fácil.
    Não acho que seja preconceituoso e respeito as minorias, precisamente por também sofrer na pele, e acho que cada um tem direito a ser feliz como é, mas tenho a minha visão das coisas.
    Por um lado não consigo considerar ser transformista como uma profissão ou lhe dar o valor que alguns dão. Não se canta, não se consegue ser feminino, também não pode ser chamado de representação, em suma, não acho que consiga evidenciar algum tipo de qualidade de alguém. No fundo vou estar sempre a ver um homem vestido de mulher, a dançar ao som da música e a mexer os lábios. Ser gay não me faz instantaneamente gostar de transformismo.
    Por outro lado, acho que cada história deve ser contada e é obvio que esta por ser peculiar suscita mais interesse, mas nem representa o gay “comum” como traz ainda mais preconceito e estereótipo ao que é ser gay. Eterniza o conceito que muita gente tem que um gay é necessariamente feminino, se sente e gosta de ser mulher. Respeito, como disse, apenas acho simplesmente que não deve ser uma história mais valorizada e explorada que qualquer outra. É apenas mais um exemplo, mas pela quantidade de “tempo de antena” que lhe dão parecem insistir que é a regra.
    Finalmente, enquanto contribuinte que sou e vendo cada mês cerca de 1/3 do meu ordenado taxado em impostos, repudio qualquer pessoa que não declare e ainda se queixe dos subsidios que ganha para viver. Portanto, a Tucha dizia que ganhava cachets muitos bons em espectaculos, cerca de 10.000€ em filmes, gasta 12.000€ num vestido para casar, entre outros exemplos e agora queixa-se? Se nem reforma tem por alguma razão é. Lamento, mas não tem a minha simpatia, tenha que orientação sexual tiver. É duro, é frio, mas é a minha visão das coisas. Sem contribuição, não há retorno.

  • anonimo

    Muito provavelmente trata-se de um transgénero e não de um homem gay. Repare-se que realizou uma mamoplastia de aumento e que se sente mais mulher do que homem. Talvez os conceitos estejam um pouco misturados neste caso mas mantenho que a Tucha é transgénero, ao contrário dos protagonistas de Ru Paul Drag Race em que são homens (na sua maioria gays, é certo) mas que se sentem bem na sua pele, se sentem homens e que se vestem de mulher apenas por diversão e não por se sentirem melhor na pele de mulher (que é o que a Tucha faz).

  • NA

    Antes de mais concordo que este artigo fala de uma pessoa transgénera, porque apresenta sempre uma identidade feminina, mesmo que o nome masculino. Mas acima de tudo tenho pena que estejam a dar-lhe tempo de antena quando o que se percebe é que não há dignidade nenhuma na atenção que está a receber. Ela quer atenção e as pessoas aproveitam-se disso para se divertir à custa dela. Não vejo grande diferença entre a atenção dada à Tuxa e a atenção por exemplo dada à famosa pseudo-cantora lírica Natália Andrade. É tudo um triste espetáculo, começando por quem se aproveita desta história para fazer dinheiro ou jornalismo. Não me interessa para nada se as pessoas ficam com má impressão dos homens gays por causa dela (de facto, ela em momento nenhum se afirma gay, embora dê entender que os “bichas” teriam inveja dela pelo novo peito), não é por aí. É mesmo por ser degradante a sede de atenção e o aproveitamento pouco ético que há alimentando essa sede de atenção.