A imagem de Tom Daley, campeão olímpico, a tricotar tornou-se viral ...
A imagem de Tom Daley, campeão olímpico, a tricotar tornou-se viral pondo em polvorosa muitas masculinidades frágeis. “Já não há homens como antigamente”. Pois não.
Há seres humanos de bem consigo e a sexualidade, de bem com o mundo, que a assumem, a sua fragilidade, encontrando formas de lidar com ela (no caso do Daley o stress). O companheiro do Daley é um homem cheio de sorte.
Mas não é só a homofóbicos e machistas (eles e elas) que os Jogos Olímpicos estão a provocar uma apoplexia. Há uma preponderância de medalhas ganhas por atletas negros (não são de “cor”, de cor somos nós brancos que mudamos de cor no Verão quando apanhamos sol), atletas discriminados no dia-a-dia e que o afirmaram contra os o “não há racismo em Portugal” tendo simultaneamente chorado do orgulho ao ouvir o nosso hino.
Estes também foram os JO da saúde mental desprezada por tantos ou mesmo tema de “fracos”, como se uma campeã com a prestação de Biles fosse uma “fraca”. Todos nós temos os nossos cacos que de tempos a tempos precisamos de colar, reordenar.
E são os JO onde os nossos atletas, todos eles, com medalha e sem ela, nos merecem uma vénia. Muitos deles tem uma profissão é uma vida para além do desporto e fazem sacrifícios pessoais e financeiros imensos (“num país que só vê futebol” pensam erradamente os patrocinadores e alguns jornalistas e responsáveis editoriais). São um bom pretexto para rever o investimento no desporto escolar, dar-lhe mais horas no currículo, valorizá-lo. Ganham todos.
Que maravilha de JO.
(eu sempre adorei a disciplina de educação física e sempre tive 5 na mesma)
Helena Ferro de Gouveia