"A luta continua e agora mais que nunca!"
Como Mulher vivi o Estado Novo com muitas regras e opressões ...era Mulher, que como todas as outras vivíamos em regime político ditatorial autocrático e corporativista de Estado.
Sem o 25 de Abril não existiria associativismo LGBTIQA+ em Portugal. Levou algum tempo à sociedade entender esta causa. Tema muito fraturante para a direita que politicamente era extremamente conservadora.
Noutras latitudes há 50 anos a comunidade LGBTIQA+, já marchava pela primeira vez e lutava pela igualdade de direitos para as pessoas lésbicas e gays... lutas muito intensas.
Havia reações muito violentas, ditadores reagiam com criminalização e perseguição às minorias sexuais. O General Carlos Galvão de Melo proclamou na televisão que a revolução do 25 Abril, não foi feita para "putas e paneleiros".
Nesse ano de 1974 dividiram-se as águas, os cravos da revolucão foram a semente não só para os movimentos LGBTIQA+, mas para o Feminismo. Cria-se o Movimento de Liberdade das Mulheres.
Há 30 anos que se fazem Marchas de Orgulho LGBTIQA+ para pedir a igualdade: nem menos, nem mais: direitos iguais!
Nestes 50 anos de revolução, a comunidade LGBTIQA+ e o Feminismo continuam a evoluir, unindo-se a celebrar conquistas notáveis:
- Fim da discriminação dos homossexuais
- Casamento entre pessoas do mesmo sexo
- Adopção de crianças por parte de casais LGBTIQA+
- Criminalização das práticas de conversão
- Direito de auto-determinação de género (a nível de saúde, escolar e legalidade)
- Não discriminação na dádiva de sangue
A luta continua e agora mais que nunca, até que a sociedade e governantes consigam entender que a nossa luta, é uma luta de direitos iguais. Que as fobias, a violência e até mortes deixem de existir, para que todos juntos possamos viver em Paz e Felizes. Cada ser será aquilo que quiser ser.
Vamos viver em Liberdade... vamos ser livres e ter a capacidades de agirmos por nós próprios com autodeterminação, independência e autonomia.
Amo a Liberdade e o meu Activismo... por isso grito e continuarei a gritar com os meus 72 anos, para que os meus queridos... meus amigos e meus amores - que é a Comunidade LGBTIQA+ que amo - se liberte de tudo que os acorrenta, pois esta Mãe estará sempre ao vosso lado transmitindo-vos o meu Amor incondicional.
Eulália Almeida,
Activista dos direitos LGBTQIA+ e Mãe AMPLOS - Associação de Pais e Mães pela Liberdade de Orientação Sexual e Identidade de Género