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A ONG TGEU, dedicada à luta pelos direitos e bem estar das pessoas trans na Europa e Ásia, publicou no passado dia 13 de Novembro o relatório do seu projecto “Trans Murder Monitoring”. Esta contabilização foi feita desde Outubro de 2023 até Setembro deste ano, com a colaboração de outras organizações de diferentes países.

 

73% dos casos globais foram reportados na América Latina e Caraíbas - sendo o Brasil o país que lidera o ranking pelo 17º ano, com 30% destes. A maioria das vítimas foram mulheres trans racializadas (com maior foco em mulheres trans negras) e também trabalhadoras do sexo.

Desde o relatório de 2023, 350 pessoas trans e de género diverso foram mortas, trazendo um aumento significativo em relação ao ano anterior (321). Este foi também o primeiro ano em que foi possível monitorar casos no Burkina Faso, Costa do Marfim, Namíbia, Nigéria e Síria.

A TGEU afirma que este é o maior número de mortes documentado desde 2008, data de início do projeto e que “esta é, sem dúvida, uma consequência dos esforços concertados dos movimentos anti-género e anti-direitos que instrumentalizam e vilipendiam as pessoas trans para promover agendas políticas antidemocráticas mais amplas.(...)”.

Ficam abaixo algumas das estatísticas alarmantes deste ano:

  • 94% dos casos reportados foram feminicídios - as vítimas eram mulheres trans ou pessoas trans femininas;
  • Incluindo os deste ano, o total de casos reportados desde o início do projecto “Trans Murder Monitoring” ultrapassou os 5000;
  • Na Europa, a TGEU verificou metade dos casos, em comparação com o ano passado (2024: 8; 2023: 16). Todavia, nos EUA existiu um aumento (2024: 41; 2023: 31);
  • Do total dos casos, 15 vítimas eram pessoas trans menores de 18 anos;
  • 1 terço das pessoas assassinadas tinham idades compreendidas entre os 31 e os 40.

O relatório completo, assim como a lista de organizações colaboradoras pode ser encontrado no site da TGEU.

 

Foto: https://depositphotos.com/pt/home.html

Maria Raposo