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Acção de sensibilização contra a discriminação LGBTI+ invadida por grupo de extrema-direita em Cabeceiras de Basto

cabeceiras de basto

Quatro elementos da Associação Habeas Corpus interromperam uma sessão em Cabeceiras de Basto, distrito de Braga, dedicada ao tema “Luta contra a discriminação da comunidade LGBTI+ – Diversidade, género e orientação sexual”. A GNR foi chamada a intervir no local.

 

Segundo a publicação do órgão de informação Rádio Voz de Basto, a iniciativa promovida pela Unidade de Cuidados à Comunidade, ligada à Unidade Local de Saúde do Alto Ave, e que contava com o apoio da autarquia local, foi invadida por um grupo de pessoas que se terão deslocado de Lisboa propositadamente para interromper esta sessão. Entre os quatro indivíduos que se apresentaram como membros da Associação Habeas Corpus estava o seu presidente, o ex-juiz Rui Fonseca e Castro, cabeça de lista às eleições europeias pelo partido Ergue-te, de extrema-direita.

O porta-voz do grupo, segundo a mesma fonte, terá acusado a organização de “promover a homossexualidade”, recorrendo para tal a dinheiros públicos. Entre insultos dirigidos aos que participavam no evento, ouviram-se frases como “Ide para casa fazer sopa” ou, dirigindo-se à artista plástica Brasileira Liliane Barbosa, residente em Cabeceiras de Basto há uma década, “Olha uma brasileira em Cabeceiras de Baixo” [sic].

À chegada da GNR os quatro elementos abandonaram a sala, declarando que se retiravam “porque ao contrário desta gente de extrema-esquerda, nós defendemos a autoridade”. Foram identificados pelas autoridades policiais, que também recolheram os testemunhos dos que participavam na sessão. Entre eles, contava-se Carla Lousada, vereadora da autarquia de Cabeceiras de Basto que detém o pelouro da Igualdade de Género. A vereadora lamentou o incidente e referiu que “o que aqui se passou hoje, não pode repetir-se”. Será apresentada uma queixa-crime, pelo que o caso deverá ser remetido ao Ministério Público.

 

 

A sessão de sensibilização decorreu no auditório da Casa do Tempo e contava com a intervenção de dois elementos do projecto Bússola: estrutura de atendimento para pessoas LGBTI+, promovido pela Casa do Povo de Fermentões, no concelho de Guimarães. A acção tinha por objetivo informar a população sobre questões de género e orientação sexual, “de forma a potenciar práticas inclusivas, diminuindo assim a discriminação em razão da orientação sexual e da identidade de género”.

 

Pedro Leitão