Em entrevista à revista norte-americana Out, Adam Levine, vocalista dos Maroon 5, fala abertamente sobre como os pais devem reagir quando descobrem que o seu filho é gay. O cantor integra o programa de caça-talentos The Voice, um dos programas de maior sucesso nos Estados Unidos e recentemente comprado pela RTP para adaptação com o nome A Voz de Portugal.
Adam, hoje com 32 anos, cresceu em Los Angeles, mas não foi a sua sexualidade que definiu as suas ideias liberais, foi a do seu irmão mais novo. “Posso garantir que a sexualidade não é uma escolha”, declarou sorrindo e continuou “nasce-se com ela, acreditem. O meu irmão é gay e todos nós sabíamos disso desde que ele tinha dois anos de idade.” Contudo, em vez de “se passaram da cabeça” com isso, os Levines sempre o apoiaram. “Muitas pessoas não querem que os seus filhos sejam gays e lutam contra isso com toda a sua força. Mas vou dizer-lhes uma coisa – é uma batalha perdida. Quanto mais lutam, pior. Têm de aceitar desde o início e lidar com isso como uma família. Caso contrário só se estão a ‘lixar’ a si próprios e a fazer com os vossos filhos sejam infelizes”.
O vocalista da banda que vendeu mais de 15 milhões de discos e arrecadou três Grammys faz agora parte do painel de jurados do concurso The Voice. Na primeira série havia quatro concorrentes gays, dois dos quais passaram à final. Levine apontou várias diferenças entre o The Voice e o programa American Idol. Segundo o cantor, o que mais o “irrita” nos Ídolos é “o facto de eles se quererem mascarar e não falar nestes assuntos. Não se pode ser abertamente gay? Nos dias de hoje? Não se podem esconder informações básicas da vida destas pessoas e o The Voice não tinha quaisquer problemas com isso, o que considero simplesmente fantástico”.
Adam Levine dificilmente será identificado como um artista queer, apesar de ter usado um kilt em palco e de ter beijado John Mayer (quando este fez uma tour com os Maroon 5). O cantor acredita que todos os cantores vêem, em algum momento da sua carreira, a sua sexualidade questionada: “Não há maneira alguma de esconder a minha heterossexualidade, mas se as pessoas não pensassem que haveria uma pequena hipótese de ser gay então não estaria a fazer o meu trabalho como deve ser. Basta olhar para os melhores cantores: Bowie, Jagger, Freddie Mercury – a sua sexualidade foi sempre questionada. Eu não seria o vocalista de uma banda se isso também não acontecesse.” Enquanto a segunda série do programa de caça-talentos não começa, Levine e os Maroon 5 vão estar em digressão, mas Portugal fica de fora da tour mundial.
Lúcia Vieira
Um Comentário
Amigo
Já comentei que tenho um irmão que já me elogiou pelos desafios que enfrentei na vida e, por algum tempo, ele já casado e, depois que fui morar sozinho, me telefonava para comentar do dia de trabalho. Como nossa mãe, nunca aceitaria saber da homossexualidade de filho, parece ele ter tido a cautela de começar a me telefonar, quando deixei de morar com ela; com certeza ela – mesmo sendo irmãos – poderia dizer que a esposa o ouvisse! Nem toda mulher tem aquela feminilidade que o homossexual tem, no cotidiano, externada principalmente no ouvir e aconselhar e, depois querem saber porque o marido vai deixando de procurá-las, como aconteceu com minha cunhada, depois que presumo ela deva ter “proibido” ele de conversar comigo!