O realizador português procurou na sua terra Natal, Sines, as marcas que Al Berto, pseudónimo de Alberto Raposo Pidwell Tavares, ali deixou. Foi em Sines que o artista se instalou no Verão de 1975 depois de ali ter passado a sua infância e adolescência. No filme retrata-se o período em que, depois de uns anos a viver em Bruxelas, Alberto Raposo Pidwell Tavares regressa a Sines e se instala no palácio da família. É nesta vila portuguesa que encontra João Maria e ambos se apaixonam. "Mas a gente da terra não estava preparada para tanta liberdade", adianta a sinopse.

A longa-metragem adapta ao grande ecrã este período da vida do poeta que ficou para a história portuguesa como Al Berto. Ao mesmo tempo revela uma geração de jovens actores, numa experiência coral. O papel principal é desempenhado por Ricardo Teixeira de 25 anos. O actor José Pimentão dá corpo a João Maria.

Em 2015 o realizador português comentava ao Rua de Baixo: “Conheci o Al Berto pessoalmente e cresci com ele porque somos ambos de Sines. Descrevo-o como uma personagem marginal, um homem fascinante, que sempre fez e disse sempre o que queria. O Al Berto era uma pessoa maravilhosa e deliciosamente doido. Curiosamente a obra máxima chama-se “Medo” e eu nunca vi medo naquele homem.” 

O poeta, pintor, editor e animador cultural português faleceu a 13 de Junho de 1997 vítima de linfoma aos 49 anos, precisamente treze anos depois de outro ícone gay: António Variações.

A produção de “Al Berto” é da Ukbar Filmes.