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Alunos em protesto contra a lesbofobia em Vagos podem levar processo disciplinar (com vídeos)

As escadas e corredores de um dos edifícios da Escola Secundária de Vagos (ESV), no distrito de Aveiro, encheram-se esta terça-feira de alunos que se insurgiram contra o preconceito de que um casal de namoradas terá sido alvo naquele estabelecimento de ensino. 

Tudo terá começado porque uma auxiliar de acção educativa terá repreendido duas namoradas, ao contrário dos outros casais heterossexuais que namoram na escola e não são proibidos de o fazer. 

Dezenas de alunos juntaram-se então em protesto nos corredores e escadas gritando: “não ao preconceito” e “não à homofobia”. Ao JN a direcção da escola nega qualquer acto de discriminação. Hugo Martinho, director da ESV, explicou que o protesto terá resultado de “algum ruído na comunicação” e informou que, na última segunda-feira, um responsável pelo estabelecimento de ensino “falou com uma das alunas, num local reservado, pedindo alguma contenção, no sentido de as proteger”.

“Proibiram duas raparigas de se beijar na escola , então tivemos de tomar uma atitude!” explica no Twitter João enquanto partilha várias fotos onde se pode ler “Gay is OK”, “Love knows no gender” ou “não à homofobia”:

Spannagel.JPG 

Homofobia em Escola Vagos .JPG

Homofobia em Vagos.JPG

“Então nós defendemos a igualdade e a não homofobia na nossa escola, e em resposta vamos levar todos um processo disciplinar” diz o mesmo aluno. Em resposta outro aluno comenta no Twitter: “Estou me a cagar para o processo disciplinar, eu prefiro lutar pelos meus direitos!”.

Vários alunos publicaram vídeos na rede social Twitter a retratar o protesto:

 

Entretanto, a direcção da escola confirma que recebeu um abaixo-assinado realizado por um grupo de alunos “contra a homofobia, o bullying, a discriminação” e o Bloco de Esquerda já questionou o Ministério da Educação sobre o caso e se esta entidade irá impedir “qualquer acto discriminatório por parte da escola em relação às duas alunas e a toda a comunidade escolar devido à sua orientação sexual”.

11 Comentários

  • João Delgado

    Uma grande atitude por parte dos alunos por se terem manifestado de uma forma tão expressiva contra a homofobia e contra a descriminação, apoiando as suas colegas
    Parabéns

  • Anónimo

    Há esperança nesta juventude! Que sejam melhores que os adultos actuais.

  • Ricardo Duarte

    Querem impôr um processo disciplinar às / aos alunas/os porquê? Porque defenderam a igualdade?

  • João Delgado

    Seria muito bom que esta história fosse muito bem averiguada, com tomadas de posição bem claras por parte de organizaçoes e instituições competentes nesta matéria porque este tipo de atitudes não podem ser de todo aceitáveis, e não podem ficar em branco.

  • Francisco

    «(…) um responsável pelo estabelecimento de ensino “falou com uma das alunas, num local reservado, pedindo alguma contenção, no sentido de as proteger”». Proteger de quem? Do quê? Dos falsos púdicos? Ou será do preconceito do “responsável”? Ou será dos alunos que encheram as escadarias e os corredores em protesto contra o preconceito do “responsável”? Imagino os termos em que o “responsável” pediu “contenção”… Deve ter sido algo do género: “Minhas amiguinhaszzzz, meus amorinhoszzzz ,não havia necessidade! Vá (fazendo uma carícia no rosto de cada uma das prevaricadoras), ide! Ide às vossas vidaszzzz, mas fazei tudo com conta, peso e medida, hum!”

  • Ricardo Duarte

    Querem impôr um processo disciplinar às / aos alunas/os porquê? Porque defenderam a igualdade?

  • Anónimo

    Há sempre 2 versões para a mesma história.
    Uma coisa é namorar discretamente num estabelecimento de ensino porque estes são locais de aprendizagem e não locais porno.
    Havia um casal gay na minha escola secundária que durante os intervalos só faltava mesmo o sexo…
    Há uma vontade de chocarem as pessoas e isso é pateta.

  • Humberto

    A sério? Mas a parte de só faltar sexo está exclusivamente na sua cabeça. Pessoas apaixonadas agem como pessoas apaixonadas, e se não se distrair a olhar para lá rapidamente descobre que não tem nada a ver consigo, tem apenas a ver com elas. Se as pessoas se chocam é um problema delas, arranjem alguém para beijar que isso passa.

  • Anónimo

    “Uma coisa é namorar discretamente num estabelecimento de ensino porque estes são locais de aprendizagem e não locais porno.”

    É isso mesmo!

    Há aqui muito do fetishe hetero de ver 2 mulheres… e muita desta rapaziada apoia as miúdas exactamente por isso. Se fossem 2 rapazes já lhes metia nojo…
    Também acho que a história está mal contada…

  • Antonio Serzedelo

    Vagos passa agora a ser um exemplo nacional pela luta destes de jovens estudantes contra ao preconceito, neste caso da lesbofobia.
    Claro que pelo caminho, ha sempre quem escreva. escondendo os seus preconceitos, “que a historia está mal contada” ou que ” se fossem rapazes, outra seria a atitude”.
    Mais preocupantes sao as ameaças que pairam da parte da directoria.Devem queixar-se logo à Secretaria de Estado da Igualdade para que esse processo seja travado. Entretanto ficam os meus parabéns para todas e todos os alunos da Escola De Vagos. Coragem!.Antonio Serzedelo -Presidente da Associação Opus Gay

  • Anónimo

    Menos paternalismo. Os jovens não são tão homofóbicos como a sua geração é.