O cantor Bruce Springsteen fez saber em comunicado que cancelou o concerto previsto para este Domingo na cidade de Greensboro, no Estado da Carolina do Norte, nos Estados Unidos. Em causa está uma nova lei estadual que restringe o uso de casas de banho públicas. A nova lei indica que as pessoas só estão autorizadas a usar casas de banho públicas de acordo com o seu sexo de nascimento, algo que motivou o desagrado dos defensores dos direitos das pessoas transexuais.
Em protesto com a nova lei HB2, conhecida como “lei das casas de banho”, o cantor afirmou que a lei da Carolina do Norte era “uma tentativa de pessoas que não conseguem suportar o progresso que o nosso país tem feito em reconhecer os direitos humanos de todos os nossos cidadãos e tentam assim reverter esse progresso”.
“Nenhum outro grupo de cidadãos da Carolina do Norte enfrenta algo tão pesado. Tendo tudo isso em consideração, sinto que está na hora de eu e a minha banda mostrarmos solidariedade e a defesa da liberdade. Com as nossas mais profundas desculpas aos nossos fãs de Greensboro, resolvemos cancelar o nosso concerto”.
“Algumas coisas são mais importantes do que um concerto de rock, e essa luta contra o preconceito e a intolerância – o que está acontecendo enquanto escrevo – é uma delas. Esta é a maneira mais forte que tenho para levantar a voz em oposição àqueles que continuam a empurrar-nos para trás em vez de seguirmos em frente”, escreveu The Boss.
O dinheiro dos bilhetes será devolvido.
9 Comentários
Anónimo
Ou seja, como os políticos da Carolina do Norte fazem leis anti-LGBT, toca a punir os cidadãos LGBT da Carolina do Norte impedindo-os de assistirem a um concerto.
#LógicaDosBoicotesCapitalistas
Anónimo
Ou seja, como os 100 maquinistas da CP das linhas de Sintra, Azambuja e Cascais e do Metro de Lisboa acham que ganham mal, toca a punir mais de 1 milhão de pessoas com greves, impedindo-as de ir trabalhar.
#LógicaDaGreve
Merry Alvezeras
Como já passou algum tempo e ninguém quer dar (ou está com pacchorra para dar) uma resposta com um mínimo de senso comum, pergunto se ninguém leu isto:
“Some things are more important than a rock show and this fight against prejudice and bigotry — which is happening as I write — is one of them. It is the strongest means I have for raising my voice in opposition to those who continue to push us backwards instead of forwards.” (Bruce Springsteen) em
http://m.brucespringsteen.net/news/2016/a-s
#LogicaDoSensoComum
Sem ofensa para ninguém e sem querer criar divisionismos e cenas do estilo, mas o movimento LGBT português em geral e este site (e os seus comentadores) em particular causam-me arrepios de terror…
Anónimo
Olha as falsas analogias fresquinhas.
Anónimo
Merry Alvezeras, acho um bocado desprovido de sentido que me acuse de falta de senso comum (até porque estou dispost@ a dialogar consigo). É verdade que um boicote pode chamar a atenção a um assunto em particular. Mas não seria mais produtivo dar o concerto na mesma e no concerto manifestar o apoio por pessoas LGBT? Ou ainda dar o concerto e contratar seguranças que se certificassem que qualquer pessoa homofóbica fosse para o olho da rua sem direito a reembolso. O activismo faz-se estabelecendo laços com as pessoas mais oprimidas, não cortando relações com elas só porque têm o azar de viver num estado de merda.
Maria Alvissaras Junos
Não ser cisplaining nem transfobia fresquinha, já não é mau.
#EvoluçãoEprogresso
Ben Nevins
Não ! . . Um Concerto paga impostos , impostos estes que vão para o estado – neste caso o Estado da Carolina do Norte. O activismo faz-se com matéria cinzenta.
Anónimo
Porque claramente o estado da Carolina do Norte receber menos dinheiro em impostos vai afectar os republicanos que lá governam. Do mesmo modo que a crise económica em Portugal afectou apenas os políticos portugueses e as grandes empresas, não tendo os restantes cidadãos sofrido qualquer contratempo independentemente da sua orientação sexual.
#SóQueNão
Anónimo
Como apoiar os direitos LGBT sem boicotes:
https://www.facebook.com/IndependentWeek
Até porque, como se pode ver pela reacção da plateia, manter o concerto foi a decisão certa por parte da banda Duran Duran. A Carolina do Norte não tem apenas fascistas e homofóbicos, tem também pessoas progressistas.