“Está na altura de tomar uma posição.” “Bully” (2011) de Lee Hirsch promove-se desta forma, um documentário sobre bullying entre adolescentes nas escolas da comunidade escolar de Sioux City, Iowa.
O bullying passou a constar do nosso vocabulário. Fala-se muito em bullying, mas o que é este fenómeno? É algo novo, ou é algo que sempre existiu? Bullying, palavra que já consta do dicionário português, é definida como o conjunto de comportamentos agressivos, intencionais e repetidos, adoptados por alguém contra pessoas física ou psicologicamente mais vulneráveis, sobretudo em contexto escolar. Esta discriminação extrema pode ter origem na raça, noutra nacionalidade, religião, sexo, deficiência, ser e/ou parecer homossexual. Quantos de nós não foram vítimas de bullying na escola? Por sermos magros, por sermos gordos, por sermos altos, por sermos feios ou bonitos aos olhos dos outros?
É todo este fenómeno que o documentário “Bully” expõe de forma crua e cruel. O filme que estreia nos Estados Unidos esta sexta-feira, 13 de Abril, depois de ter estreado apenas nalguns cinemas seleccionados a 30 de Março, tem causado alguma sensação, não só pela temática que aborda, como também pela forma como a aborda. A última polémica deveu-se à classificação etária do filme, a Motion Picture Association of America (MPAA), organismo que classifica os filmes nos EUA, restringiu o acesso a menores de 17 anos, o que o impedia de ser visto pelos adolescentes para os quais foi pensado. Depois de uma petição que reuniu milhares de assinaturas a MPAA mudou a classificação da película para maiores de 13 anos.
Lee Hirsch acompanhou durante um ano escolar cinco crianças e as respectivas famílias, mostrando os casos mais trágicos, incluindo as histórias de duas famílias que perderam os seus filhos, que se suicidaram, e a história de uma mãe que aguarda o destino da sua filha de 14 anos, que foi presa por ter levado uma arma para o autocarro escolar. Com acesso raro à comunidade escolar do distrito de Sioux City, o filme dá ao espectador uma visão muito íntima, talvez demasiado íntima, dos autocarros escolares, salas de aula, refeitórios e até de gabinetes de directores escolares por onde passou, oferecendo um olhar muitas vezes cruel do mundo das crianças e adolescentes, com pais, professores e administradores que lutam para encontrar respostas para o fenómeno do bullying.
Embora as histórias examinem as terríveis consequências do bullying, dão também testemunhos de coragem e força das suas vítimas, as quais procuram inspirar mudanças reais no modo como lidamos com este fenómeno como pais, professores, crianças e na sociedade como um todo. Através do poder dessas histórias, “Bully” tem como objectivo ser um catalisador para a mudança e para virar a maré de uma epidemia de violência que atingiu todas as comunidades nos Estados Unidos e não só.
Luís Veríssimo
3 Comentários
Joao UK
pude assistir à premier em Washington no dia 13 e confirmo que é um grande documentario. vai mexer com as consciencias
Nuno
ultimamente tenho sido alvo de bullying de diversas maneiras, no carro ja me furaram os 4 pneus, partiram-me o carro todo, ate ja mandei um carro novo para a sucata e tou a pagar atualmente 2 carros, deste ultimo, ja-me fizeram tantas desde cortar o tubo dos travões! Já fui a policia apresentei queixa e nada! O criminoso que confessou os 38 crimes que fez contra mim so vai ser julgado pelo crime menor, porque a justiça portuguesa so se mexe se receber dinheiro por fora, foi o que aconteceu comigo, a Magistrada do MP recebeu uma elevada quantia para deixar prescrever 37 crimes, todos eles com provas e testemunhas presenciais e oculares! No outro dia, fui alvo de assedio e tentativa de violação no emprego por um chefe, “o famoso Violador de Telheiras”, fui a policia e mesmo com uma testemunha, disseram-me que não podiam fazer nada, e como resisti à tentativa de violação, fui dispensado das funções(Isto na Zon) e quase todos os dias sofro por ter uma orientação diferente, mas sou feito do mesmo que todos os homens(pele, carne e osso). Isto é Bullying e não é na escola, é no trabalho, em casa, na rua, em perfis falsos de hi5 e facebook, por mensagens para telm e redes sociais, por chamadas telefonicas em nr. anonimo, por perseguições, por inumeras formas, mas Portugal é muito atrasado nesta materia! Cá não há empresas que me paguem o dinheiro que gastei em carros, e acessórios dos mesmos!
Alexandre
Não é nenhuma obra prima, mas vendo a interação das crianças, dá para imaginar como os preconceitos irão se desdobrar na vida adulta! Tem uma crítica em ullying-bully.html
http://www.artigosdecinema.blogspot.com/2012/12/b