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“Câmara Municipal de Lisboa desrespeita Marcha do Orgulho LGBTI+”

Um comunicado da Marcha do Orgulho LGBTI+ de Lisboa dá nota do que se passou no final da marcha do passado Sábado em Lisboa:

“A Comissão Organizadora da Marcha LGBTI+ de Lisboa (MOL) vem manifestar o seu profundo desagrado perante o incumprimentos dos compromissos assumidos Municipal de Lisboa (CML) relativamente ao apoio à realização da Marcha, que reuniu mais 50 mil pessoas nas ruas da cidade, no passado Sábado, 7 de Junho.
Após insistência da Comissão da MOL e de várias forças políticas na reunião de câmara a vereadora dos Direitos Sociais, Sofia Athayde, garantiu que a CML providenciaria os meios técnicos necessários, incluindo palco com acessibilidade.
No entanto, tal não se concretizou. A autarquia limitou-se a instalar um minúsculo estrado de 30 cm de altura, sem qualquer visibilidade, sem dimensão para acolher as pessoas representantes das organizações intervenientes, incluindo as pessoas com mobilidade reduzida, sem sistema de som e sem ligação eléctrica, impossibilitando a leitura devida dos manifestos finais à multidão presente no Terreiro do Paço e que as pessoas surdas vissem as intérpretes de Língua Gestual Portuguesa.
Mais, apenas na véspera do evento a Comissão Organizadora foi informada de que não haveria som e só no próprio dia, à hora em que a Marcha partia do Marquês de Pombal, tomou conhecimento de que não haveria ligação eléctrica no estrado.

Este cenário demonstra a desvalorização de uma Marcha que se organiza há 26 anos e é um maiores eventos cívicos com esforço voluntário de várias associações e colectivos de base local LGBTI+, e representa um desrespeito não só pela Comissão Organizadora, mas também pelas dezenas de milhares de pessoas, que nela participaram.
Demonstra que, apesar dos vários discursos em contrário, este Presidente não se relaciona e, sobretudo menospreza o trabalho de das várias associações e colectivos, bem como diminui a relevância da enorme massa de gente que, no passado dia 7 saiu à ruas pelos Direitos Humanos.

Este episódio demonstra também a desconsideração pela palavra dada e pelo compromisso assumido, em reunião de CML, perante as restantes pessoas vereadoras. A Marcha do Orgulho LGBTI+ de Lisboa é um protesto político e a Comissão Organizadora enviou perguntas, ainda por responder, ao Presidente Carlos Moedas e à vereadora Sofia Athayde, nomeadamente sobre:

• que apoio efetivo é prestado à Marcha, conforme consta do II Plano Municipal
LGBTI+;

• por que não foram assegurados palco digno e acessível;

• por que são sistematicamente negados recursos públicos a quem, durante todo o ano, defende os direitos das pessoas LGBTI+ na cidade.

Este Executivo afasta-se, assim, de uma política de igualdade efectiva. Esperamos respostas à altura da responsabilidade de governar uma cidade que se quer livre, plural e respeitadora dos Direitos Humanos.

O dezanove.pt já tinha alertado sobre o que se tinha passado nos momentos finais da marcha deste Sábado: “A marcha […] terminou mais de três horas depois na Praça do Comércio, onde em teoria se fariam os discursos das associações de defesa dos direitos das pessoas LGBTIQA+ e a leitura do manifesto […]. Muito poucas das milhares das pessoas presentes terá percebido que lá num muito pequeno palco, num canto da maior praça do país, sem condições reunidas, um conjunto de activistas fazia esses discursos e leituras sem qualquer tipo de alcance. Sem electricidade e sem possibilidade de ampliar as suas vozes reivindicativas. Tudo no mesmo espaço onde daqui a duas semanas estará o palco do Europride com apoio da Câmara Municipal de Lisboa.

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