O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), D. José Policarpo, disse esta quarta-feira, em Fátima, que a Igreja “não tem que andar ao ritmo das mudanças do Mundo” e considerou que a civilização ocidental vai pagar pelos “exageros antropológicos”.
“Não lhe chamo novos modelos de família, […] essas modernices agora de homens… pessoas do mesmo sexo poderem constituir família. Nesse aspecto gostaria de ser muito claro: O concílio da doutrina da Igreja ajuda a corrigir e a denunciar os exageros da civilização ocidental”. José Policarpo considera que a sociedade vai acabar por ser vítima das mudanças que fez. Para o Cardeal Patriarca a Igreja não tem de andar ao ritmo desta sociedade, “Era o que faltava!” afirmou.
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8 Comentários
Fred
Eu penso que chamar-lhe “exageros antropológicos” é um pouco inconveniente, se analisarmos o impacto que a igreja católica teve na idade média na Europa; a influência, muitas vezes negativa, de várias igrejas das três religiões abraamicas. Desde o iluminismo, e da laicisação do ocidente, que a sociedade avançou imenso antropologicamente, e isto sem contar com a aquisição de direitos por parte de “minorias”.
Por isso, senhor Policarpo, pode enganar muita velha, e dona de vão de escada, mas qualquer pessoa minimamente culta não pode levar a sério o seu discurso.
Jorge
E quem é que presta atenção ao que a igreja diz??
Anónimo
acordem… já ninguém vos liga nenhuma!!!!
Fábio Soares
Acho uma piada à Igreja e às palavras absurdas que estes pseudo-senhores deitam pela boca fora… A sério! «Exageros Antropológicos»? Então e a Inquisição o que é que foi? E os casos de abusos sexuais e pedofilia no seio da Igreja? São o quê afinal? Mas quando é que estes patetas vão perceber que a homossexualidade não é uma escolha? É algo natural! Mas já estou como o comentário acima, quem é que liga ao que a igreja diz? Ninguém, claro! Amén!
Anónimo
Pois é, era o que faltava também a minha pessoa prestar atenção nas declarações deste Senhor. Deus terá que ter muita piedade é da Igreja quando começar a pagar pelos seus pecados.
Astridy
Nuno Serras
a Igreja “não tem que andar ao ritmo das mudanças do Mundo”
nada de novo, portanto, está mais que provado que a Igreja é atrasada.
e mais, ainda não vi ninguém reclamar de outras mudanças igualmente “modernices” feitas no passado como a lei do divórcio e o uso do preservativo. será que o senhor que falou em Fátima acha que vivemos atualmente numa sociedade pior por causa daquelas mudanças? ou será que ainda não passou tempo suficiente para terem chegado as consequências que nos vão fazer arrepender? ;P
mario
A partir do momento em que a figura máxima representante da igreja em Portugal acha que essa instituição não tem de evoluir e adaptar-se à sociedade, acho que está tudo dito…
Rui Beles Vieira
Resposta ao D. José Policarpo: Antes de mais devo informar que sou católico: batizado e com 1ª comunhão. Deus está presente na minha vida da forma que eu o “vejo”, ou seja, através das boas ações que pratico e daquilo que vejo de bom nos outros seres humanos e na natureza. Não acredito que exista um Deus MAU e CASTRADOR, acredito sim que existe um Deus do Amor presente em cada um de nós e que se expressa de diferentes formas. Entre essas formas encontro o respeito de cada um pelo seu semelhante, algo que muitos dos membros da igreja não sabem fazer. O Sr. José Policarpo ao invés de se meter naquilo que é a vida amorosa e privada de cada um, chamando à união de pessoas do mesmo sexo de “exageros antropológicos”, deveria preocupar-se mais com os “crimes pedófilos” no seio da igreja católica. Seria importante denunciar isso em Fátima e indicar a expulsão dos membros que os praticam. Porque não o faz? Será que o concílio da doutrina da Igreja não pode ajudar a corrigir e a denunciar os exageros de alguns membros da própria igreja, tal como o faz para a civilização ocidental, a que se refere? D. José Policarpo considera, ainda, que “a sociedade vai acabar por ser vítima das mudanças que fez”. Bem, esperemos que não seja tão vítima quanto o foi a sociedade da Idade Média aquando da Inquisição onde queimavam pessoas vivas em plena rua nos autos de fé, baseados na cusquice, malvadez e xenofobia: mais de 50 mil mortes no mundo, na sua maioria mulheres acusadas de bruxaria. Não queremos uma nova e falsa “milícia de Jesus Cristo”, sem que o próprio dê autorização expressa para tal. D. José Policarpo, qualquer dia Jesus Cristo ainda vos põe em Tribunal pelo facto da igreja católica usar o seu nome em vão, pois não consta que Jesus Cristo tenha discriminado alguém pela sua orientação sexual. Também não consta que impedisse pessoas de acarinhar, dar amor, um lar e educação a crianças (pais adotivos, independentemente da orientação sexual) e que desse indicações para as institucionalizarem até aos 18 anos, crescendo estas sem referências paternas e maternas e cujo único afeto experimentado é o das funcionárias dessas mesmas instituições. Não posso entender, pois, a teimosia de alguns altos “dignitários” da igreja católica em usarem o nome de Jesus Cristo para justificar teorias baseadas na ignorância e falta de lucidez, em que o próprio não é visto nem achado! Prudência, portanto, D. José Policarpo com os “exageros das vossas posições na atual civilização ocidental”!